A defesa do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB), solicitou à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), o fim da tramitação do inquérito que o investiga por suposto recebimento de propina na execução das obras da Linha 1 da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. - Trensurb (São Leopoldo - Novo Hamburgo).
No documento enviado à ministra Rosa Weber, relatora do inquérito, a defesa afirma que não há provas do que foi narrado pelos ex-executivos da Odebrecht em seus depoimentos. "Por isso mesmo a investigação, que dura quase dois anos, nada produz de material que confirme a hipótese acusatória", escreveu o advogado criminalista Daniel Gerber na peça.
À Operação Lava Jato, delatores da empreiteira apontaram que, em 2008, políticos e agentes públicos pediram vantagem indevida para a empresa após ter vencido uma licitação para a construção da linha que ligaria as cidades de Novo Hamburgo e São Leopoldo.
Segundo ex-executivos, Padilha teria recebido propina da Odebrecht "entre o fim de 2008 e o início de 2009". Valter Lana, que trabalhava na empreiteira, contou às autoridades que, durante um encontro, Padilha teria afirmado que tinha ajudado a Odebrecht a vencer a licitação em 2001. À época, o agora ministro-chefe da Casa Civil chefiava a pasta de Transporte do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em razão disso, teria demandado algo em torno de 1% do valor do contrato.
A defesa pediu ainda a "declaração imediata de extinção de punibilidade do investigado". O advogado lembrou à ministra Rosa Weber que Padilha é maior de 70 anos, "motivo pelo qual já teve dois inquéritos com pedido de arquivamento solicitado pela própria PGR, em virtude da prescrição etária".