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Transição no Planalto

- Publicada em 14 de Novembro de 2018 às 01:00

Assessor de Toffoli será novo ministro da Defesa

Silva liderou Autoridade Pública Olímpica durante o governo Dilma Rousseff

Silva liderou Autoridade Pública Olímpica durante o governo Dilma Rousseff


YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nesta terça-feira, por meio de sua conta oficial no Twitter, que escolheu o general-de-Exército Fernando Azevedo e Silva para o cargo de ministro da Defesa. Bolsonaro disse que primeiro convidou o comandante da Marinha, Almirante Eduardo Bacella, mas ele não aceitou.
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nesta terça-feira, por meio de sua conta oficial no Twitter, que escolheu o general-de-Exército Fernando Azevedo e Silva para o cargo de ministro da Defesa. Bolsonaro disse que primeiro convidou o comandante da Marinha, Almirante Eduardo Bacella, mas ele não aceitou.
O general indicado estava no Supremo Tribunal Federal (STF) como assessor do presidente da Corte, Dias Toffoli. Azevedo e Silva ficará com a vaga deixada pelo general Augusto Heleno, inicialmente cotado para a Defesa e posteriomente anunciado para ocupar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Azevedo e Silva foi nomeado para exercer o cargo em comissão de assessor especial no gabinete da presidência do Supremo em 27 de setembro. Desde então, o general assessora a presidência da Corte na formulação de políticas do Conselho Nacional de Justiça de segurança pública, em especial do sistema carcerário. Auxiliares do Supremo ainda não sabem se o general continuará no tribunal nas próximas semanas.
O futuro ministro da Defesa já foi chefe do Estado-Maior, até ir para a reserva, neste ano, e atuou no Congresso, como assessor parlamentar do Exército. Também esteve à frente da Autoridade Pública Olímpica (APO), durante o governo de Dilma Rousseff (PT).
Ele é próximo de três generais do círculo de Bolsonaro: o vice-presidente Hamilton Mourão, Augusto Heleno e Oswaldo Ferreira (cotado para o Ministério da Infraestrutura). Durante a campanha, participou do grupo que ajudou a formular o plano de governo.
Um perfil publicado pela revista ÉPOCA em outubro mostrou que Azevedo e Silva tem ótima interlocução com parlamentares e com o Alto Comando do Exército. A reportagem identificou que veio dele o conselho para que Toffoli se posicionasse publicamente no final de outubro após a divulgação de um vídeo em que Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, falava sobre como fechar o STF com um cabo e um soldado . O episódio terminou com pedidos de desculpas feitos pelo pai e pelo filho e com uma nota em que o presidente do STF afirmava que "atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia".

Membros do Supremo reagem à indicação do militar

O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), informou, por meio de nota, que foi consultado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), na manhã desta terça-feira, a respeito da indicação do general Fernando Azevedo e Silva, ex-chefe do Estado Maior do Exército, para estar à frente do Ministério da Defesa. "Prontamente disse que seria uma excelente escolha", disse Toffoli, que desejou sucesso ao general.
Para o presidente do Supremo, o "perfil técnico" de Azevedo e Silva, "sua dedicação ao serviço público e sua visão republicana são aspectos fundamentais para a nova missão na Administração Pública Federal".
Outro dos ministros da corte que elogiou a indicação de Silva foi Alexandre de Moraes. "Eu sou amigo (dele). Achei uma escolha muito boa", disse o ministro a jornalistas antes de comandar a sessão da Primeira Turma do Supremo.
O ministro Gilmar Mendes também louvou a nomeação do militar. "Eu já o conhecia, do alto comando. Uma pessoa altamente qualificada, uma boa indicação. Tivemos muitas conversas, diálogos. Sem dúvida, é uma pessoa qualificada para a função." Quanto ao fato de ser militar, Mendes não vê problema. "Está na reserva. Vai exercer uma função que é tipicamente civil. Recentemente havia um general, o presidente Michel Temer (MDB) também indicou. É uma função típica de pessoas qualificadas, não vejo nenhum problema nisso", declarou.
No entanto, para o ministro Marco Aurélio Mello, o ideal seria um civil comandar o Ministério da Defesa. "A tradição de sempre se ter civil (no Ministério da Defesa) foi quebrada por um civil. Por que agora, com dois militares (Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão), se ter na chefia do ministério um militar?", questionou.
Perguntado se a nomeação de um civil, nessa configuração, seria melhor, o ministro foi enfático. "Seria. Eu sou um cidadão conservador neste ponto". Marco Aurélio, no entanto, elogiou a capacidade de Azevedo e Silva, indicado para a pasta. "Tive contato quando era chefe de Estado-Maior. É um bom nome, tranquilo", disse o ministro.