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eleições 2018

- Publicada em 29 de Outubro de 2018 às 01:00

Haddad pede respeito e cita seus 47 milhões de eleitores

Fernando Haddad não cumprimentou Jair Bolsonaro, presidente eleito

Fernando Haddad não cumprimentou Jair Bolsonaro, presidente eleito


/ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL/JC
Aclamado por apoiadores, o presidenciável derrotado Fernando Haddad (PT) fez seu pronunciamento após a confirmação da vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na eleição presidencial.
Aclamado por apoiadores, o presidenciável derrotado Fernando Haddad (PT) fez seu pronunciamento após a confirmação da vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na eleição presidencial.
Sem fazer cumprimentos a Bolsonaro, Haddad fez agradecimentos à militância, que chamou de "aguerrida" ao levar sua candidatura ao segundo turno - quando obteve mais de 47 milhões de votos - e a políticos que aderiram à campanha.
"Uma parte expressiva do eleitorado brasileiro tem de ser respeitada", afirmou o petista, que chamou a mobilização de apoiadores junto a indecisos na última semana de "festa da democracia".
Haddad afirmou que o Brasil vive um longo período no qual as instituições tem sido colocadas à prova - citando o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a cassação de sua candidatura, neste ano.
"Temos uma tarefa enorme no País que é, em nome da democracia, defender o pensamento e as liberdades desses 45 milhões de brasileiros que nos acompanharam até aqui", afirmou o petista. "Seguimos de cabeça erguida, com determinação e coragem para levar nossa mensagem a todos os rincões do País".
Haddad afirmou que a tarefa agora é defender a democracia e de não aceitar ameaças. E fez uma menção a um trecho do Hino Nacional para ilustrar. "Verás que um professor não foge à luta". disse, em alusão ao fato de ser professor.
O candidato do PT finalizou o pronunciamento com um chamado ao execício da cidadania e pediu que as pessoas não tenham medo.
"Daqui a quatro anos teremos uma nova eleição. Temos que garantir as instituições e não vamos deixar de exercer nossa cidadania. Talvez o Brasil nunca tenha precisado tanto do exercício da nossa cidadania como agora. E quero dizer que senti uma angústia e um medo em muitas pessoas. Não tenham medo. Nós estaremos aqui, estaremos juntos. Vamos abraçar a causa de vocês. Coragem. Viva o Brasil!"

Em Porto Alegre, eleitores pedem 'resistência democrática'

A divulgação rápida dos resultados presidenciais levou muitos correligionários de Fernando Haddad (PT) às lágrimas na noite de domingo. Na frente do diretório municipal do PT, no Centro de Porto Alegre, uma pequena multidão aguardava a divulgação dos votos e, mesmo após a definição de Jair Bolsonaro (PSL) como o candidato vencedor, continuou no local para se mobilizar.
Assim que a vitória de Bolsonaro ficou matematicamente garantida, uma grande parte do público, principalmente casais homossexuais, choravam abraçados.
"Nós fomos derrotados eleitoralmente sim", disse o candidato derrotado no primeiro turno ao Piratini Miguel Rossetto (PT), "mas não fomos derrotados politicamente, porque são as nossas bandeiras que ficam, que durarão no futuro".
Com a voz embargada, Rossetto conclamou a militância para uma "resistência democrática", termos também ecoados nos discursos do ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont e a socióloga Reginete Bispo, suplente do senador Paulo Paim, e a deputada estadual eleita Sofia Cavedon. "Eu tenho certeza que nossa militância, os partidos de esquerda, os movimentos sociais que fizeram esse processo bonito e unificado do segundo turno vão ser protagonistas da exigência do respeito à Constituição e à democracia brasileira", disse Sofia.
O evento transcorreu sem grandes problemas. Houve um atrito dos presentes com um morador do prédio no qual fica a sede do partido, que bateu panelas e criticou os manifestantes presentes, e que recebeu gritos de "não passarão" como resposta.