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Eleições 2018

- Publicada em 29 de Outubro de 2018 às 01:00

Quem são os nomes de Bolsonaro no Rio Grande do Sul

Cinco políticos foram decisivos no Estado para a vitória do presidente eleito pelo PSL

Cinco políticos foram decisivos no Estado para a vitória do presidente eleito pelo PSL


ARTE THIAGO MACHADO/JC
No Rio Grande do Sul, a vitória do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deve muito aos principais cabos eleitorais do capitão do Exército: o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM); o senador eleito Luis Carlos Heinze (PP); a presidente estadual do PSL, Carmen Flores; e os dois deputados estaduais mais votados, Tenente-coronel Zucco (PSL, eleito com mais de 160 mil) e Ruy Irigaray (PSL, com mais de 100 mil votos). Os cinco defenderam a candidatura de Bolsonaro desde o primeiro momento e, na campanha deste ano, fundiram suas imagens a do presidente eleito.
No Rio Grande do Sul, a vitória do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deve muito aos principais cabos eleitorais do capitão do Exército: o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM); o senador eleito Luis Carlos Heinze (PP); a presidente estadual do PSL, Carmen Flores; e os dois deputados estaduais mais votados, Tenente-coronel Zucco (PSL, eleito com mais de 160 mil) e Ruy Irigaray (PSL, com mais de 100 mil votos). Os cinco defenderam a candidatura de Bolsonaro desde o primeiro momento e, na campanha deste ano, fundiram suas imagens a do presidente eleito.
Considerado o braço direito do presidente eleito, cotado inclusive para assumir a Casa Civil no governo que se iniciará em 2019, Onyx foi coordenador nacional da campanha de Bolsonaro e o principal articulador político no Rio Grande do Sul. A presidente e os deputados eleitos do PSL consultavam o deputado federal do DEM sobre as estratégias para angariar votos ao candidato do PSL.
Possivelmente, Onyx Lorenzoni tornou-se coordenador nacional da campanha de Bolsonaro pela sua experiência política. Afinal, foi duas vezes deputado estadual e, neste pleito, foi eleito para o quinto mandato na Câmara dos Deputados. Aliás, se elegeu como o segundo deputado mais votado pelo Rio Grande do Sul, com 183.518 votos. Sua atuação no Parlamento tem sido marcada pela oposição ferrenha aos governos do PT, pela defesa de uma revisão do Estatuto do Desarmamento, entre outras bandeiras. 
Onyx foi uma das primeiras lideranças gaúchas a anunciar apoio à candidatura do então colega da Câmara. Como presidente estadual do DEM, formou um bloco com o seu partido, o PSL e o Pros, que declarou apoio ao deputado federal Heinze, que, na época, tinha se lançado ao governo do Estado. O candidato do PP, que também havia aderido ao projeto presidencial de Bolsonaro, garantiria um palanque ao presidenciável aqui no Estado.
Só que, às vésperas da campanha, quando a senadora Ana Amélia Lemos (PP) decidiu ser vice na chapa do candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), o PP gaúcho abriu mão da corrida ao Palácio Piratini. Ao seguir os passos de Ana Amélia, o diretório estadual da legenda declarou apoio ao candidato a governador Eduardo Leite (PSDB) e, para compor a chapa majoritária, indicou Heinze para uma das vagas ao Senado.
Entretanto, Heinze e o bloco de partidos liderados por Onyx se mantiveram fiéis ao capitão do Exército, organizando a campanha no Estado. No meio do processo, mesmo em uma chapa que apoiava Alckmin, Heinze anunciou que continuava do lado do candidato do PSL. O resultado foi que saiu da quarta posição nas pesquisas de intenção de voto para o primeiro lugar na corrida ao Senado, com 2.316.177 votos.
Heinze, que está no quinto mandato como deputado federal, é próximo a Bolsonaro e a Onyx. Também foi prefeito de São Borja entre 1993 e 1996. Na Câmara dos Deputados, tem atuado na bancada ruralista. Defende bandeiras do interesse do agronegócio, como por exemplo a flexibilização do uso dos agrotóxicos. Elegeu-se ao Senado prometendo realizar um movimento nacional para pressionar a União a renegociar a dívida com o Rio Grande do Sul e a pagar o ressarcimento aos estados afetados pela Lei Kandir.
Outra figura que fez campanha inequívoca para Bolsonaro no Estado foi a candidata ao Senado Carmen Flores. Ao contrário de Heinze e Onyx, ela tem apenas duas disputas eleitorais no currículo: concorreu a deputada estadual em 2014, pelo PP, e obteve 3.587 votos; e, neste ano, já no PSL, ficou em quarto lugar na disputa pelas duas vagas ao Senado, com 1.509.062 votos. Ela, que é empresária do ramo moveleiro, defendia praticamente as mesmas pautas de Bolsonaro: redução de impostos, flexibilização do porte de armas e mais segurança.

Os perfis

Onyx Lorenzoni (DEM)
O veterinário Onyx Dornelles Lorenzoni nasceu em Porto Alegre e tem 64 anos. Ajudou a formar o Partido Liberal (PL) no Rio Grande do Sul em 1987. Em 1992, se candidatou a prefeito de Porto Alegre, ficando em terceiro lugar. Em 1994, se elegeu deputado estadual pelo PL; em 1998, se reelegeu pelo então PFL (hoje DEM). Neste ano, se elegeu para o quinto mandato de deputado federal, o segundo mais votado do Estado. Em 2008, concorreu pela segunda vez à prefeitura da Capital, ficando na quinta colocação. É presidente estadual do DEM.
Luis Carlos Heinze (PP)
O agrônomo Luis Carlos Heinze nasceu em 14 de setembro de 1950 em Candelária. Em 1974 e 1975, foi professor em São Borja. Lá, formou sua família e tornou-se produtor rural. Foi fundador e o primeiro presidente da Associação dos Arrozeiros de São Borja, entre 1988 e 1990. Em 1989, foi secretário municipal de Agricultura. Em 1992, filiou-se ao PDS (hoje PP), partido pelo qual se elegeu prefeito da cidade naquele ano. Depois disso, elegeu-se cinco vezes deputado federal: em 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014, quando foi o mais votado do Rio Grande do Sul.
Carmen Flores (PSL)
Natural de Rosário do Sul, Carmen Zoleike Flores Inácio, 65 anos, é empresária do ramo de móveis. Ocupou a vice-presidência da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre e da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul. Também foi diretora da Federação do Comércio de Bens e de Serviços no Estado do Rio Grande do Sul. Concorreu ao cargo de deputada estadual em 2014, pelo PP, e obteve 3.587 votos. É filiada e preside o PSL gaúcho desde março de 2018. Ficou em quarto lugar na corrida às duas vagas ao Senado, com 1.509.062 votos.
Ruy Irigaray (PSL)
Aos 35 anos, Ruy Irigaray se elegeu pela primeira vez, fazendo a segunda maior votação da Assembleia Legislativa. Embora seja formado em Direito, trabalha como empresário do setor de transportes para o agronegócio. Sua primeira filiação partidária foi no PSB. Ao longo dos anos 2000, organizou os movimentos Gaúchos de Direita e o Armas SA, que luta pelo fim do Estatuto do Desarmamento. A partir dessa militância, em 2013, tornou-se amigo de Eduardo Bolsonaro. Passou alguns meses no Patriotas. Neste ano, quando Bolsonaro e os filhos foram para o PSL, Irigaray fez o mesmo.  
Tenente Coronel Zucco (PSL)
O tenente-coronel Luciano Lorenzini Zucco nasceu em 9 de setembro de 1974, no município de Alegrete. O oficial do Exército estudou Ciências Militares na Academia Militar das Agulhas Negras. Atuou no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Possui o curso de Técnicas Policiais na Special Weapons and Tactics (SWAT), em Los Angeles (EUA), além de curso de Inteligência na ABIN e no Exército. É pós-graduado em Docência do Ensino Superior, mestrado em Inteligência Estratégica e, atualmente, conclui o MBA Executivo em Segurança Privada e Segurança Pública.

Deputados mais votados são próximos do novo presidente

Os dois deputados estaduais mais votados, Tenente-coronel Zucco (PSL, 166.747 votos) e Ruy Irigaray (PSL, 102.117 votos), foram responsáveis por muitos votos ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) no Rio Grande do Sul. Os dois percorreram mais de 150 municípios, durante a campanha.  Ruy Irigaray é amigo pessoal da família Bolsonaro. Frequenta a residência da família no Rio de Janeiro desde 2013. Chama os filhos do presidente eleito pelo primeiro nome. Mas, quando se refere a Jair Bolsonaro, usa inequivocamente a palavra "capitão".
Por falar na proximidade entre Irigaray e a família Bolsonaro, a candidatura a deputado estadual se deve ao convite feito pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Os dois se conheceram quando Irigaray organizava o movimento de direita Armas S.A., que luta pelo fim do Estatuto do Desarmamento.
"Há três anos, o Eduardo me convidou para concorrer a deputado federal (em 2018). Disse que tínhamos as mesmas bandeiras e queria que eu fosse o braço direito deles (família Bolsonaro) aqui no Rio Grande do Sul. Respondi que organizaria a campanha e o que precisasse, mas não podia largar meus negócios. Depois, avaliei que era melhor concorrer a deputado estadual. Afinal, tenho duas filhas e tem muita coisa para ser feita aqui", relembrou Irigaray.
Quanto ao partido, relatou que o "capitão", na época no PP, "deu a missão de se filiar ao Patriota (partido para o qual cogitou migrar para concorrer a presidente)". Irigaray foi filiado por poucos meses no Patri. Além disso, esteve no PSB, legenda a qual foi levado por amigos da Brigada Militar que tinham ficha lá. Contudo, garante que nunca militou como pessebista. "Acabamos entrando para o PSL neste ano, sigla que ajudamos a organizar no Rio Grande do Sul, junto com a presidente estadual Carmen Flores. Mas trabalhamos para o capitão Jair Bolsonaro no Estado há muitos anos."
Se Irigaray é próximo a Bolsonaro, Zucco tem uma proximidade maior com o vice, General Mourão (PRTB), "a quem posso chamar de amigo", como explica. O deputado estadual mais votado do Estado foi incentivado a concorrer por Mourão em um encontro no início do ano, quando ainda não tinha certeza se seguiria a carreira política. A relação entre os dois se estreitou quando Mourão foi o comandante de Zucco no Comando Militar do Sul.
Entre as bandeiras da candidatura de Bolsonaro e Mourão com as quais concorda, Zucco destaca a ampliação do Ensino à Distância (EaD) na rede de ensino público, a revogação do Estatuto do Desarmamento e o maior rigor no cumprimento das penas no regime penitenciário brasileiro.