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eleições 2018

- Publicada em 17 de Outubro de 2018 às 01:00

Jair Bolsonaro e Fernando Haddad levam debate para redes sociais

'Vamos debater frente a frente', pediu o petista

'Vamos debater frente a frente', pediu o petista


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Na ausência de debates presidenciais na TV no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL) e seu adversário Fernando Haddad (PT) partiram para um confronto sem mediadores e discutiram por meio das redes sociais no dia de ontem.
Na ausência de debates presidenciais na TV no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL) e seu adversário Fernando Haddad (PT) partiram para um confronto sem mediadores e discutiram por meio das redes sociais no dia de ontem.
Em recuperação de uma facada, o candidato do PSL cancelou sua participação dos programas, alegando que aguarda liberação médica. 
Porém, Bolsonaro já disse que, mesmo se for autorizado a participar, vai avaliar se é estratégico debater com Haddad. Mesmo criticado, ele chegou a dizer que só aceitaria ir a encontro sem "interferência de terceiros" e chegou a propor um debate na rua, na presença de jornalistas.
O bate-boca virtual desta terça começou após Haddad dizer que a campanha de Bolsonaro tinha conquistado o apoio da KKK (Ku Klux Klan), grupo racista dos Estados Unidos. "Recuso qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas. Sugiro que, por coerência, apoiem o candidato da esquerda, que adora segregar a sociedade. Explorar isso para influenciar uma eleição no Brasil é uma grande burrice! É desconhecer o povo brasileiro, que é miscigenado", escreveu o capitão reformado nas redes sociais. O ex-líder Ku Klux Klan David Duke elogiou Bolsonaro e afirmou que ele "soa como nós". A declaração foi publicada ontem pela BBC Brasil.
O debate entre os adversários seguiu. "Essa história de o fantoche de corrupto admitir erros do seu partido é para boi dormir. A corrupção nos governos Lula/Dilma não era caso isolado, era regra para governar. Por isso estão presos presidente, tesoureiros, ministros marqueteiros, etc., além de tantos outros investigados", escreveu Bolsonaro.
"Tuitar e fazer live é fácil, deputado. Vamos debater frente a frente, com educação, em uma enfermaria se precisar. O povo quer ver você aparecer na entrevista de emprego", respondeu Haddad.
O candidato do PSL então subiu o tom: "Senhor Andrade, quem conversa com poste é bêbado. Existe um que está preso por corrupção e você vai toda semana na cadeia visitá-lo intimamente além de receber ordens! Cuidado que pelo desenrolar das notícias reveladas você pode ser o próximo!".
Com pouco tempo de televisão e um partido pequeno, Bolsonaro concentrou sua campanha nas redes sociais. Bolsonaro conta com um exército de seguidores e faz transmissões ao vivo com frequência quase diária. Para ficar livre do contraditório, ele evita formas convencionais de comunicação de candidatos, como entrevistas coletivas.
Em resposta à estratégia do adversário, nas últimas semanas, a campanha do PT passou a usar mais as redes sociais. A avaliação interna é que Haddad demorou para atacar com mais assertividade Bolsonaro e, por isso, pode ter perdido eleitores tradicionalmente petistas para o capitão reformado ainda no primeiro turno. 
A batalha nas redes sociais e contra as fake news também foi perdida, na opinião de dirigentes petistas, que não encontraram um antídoto eficaz para uma área que é de domínio de Bolsonaro.
A partir do segundo turno, a ordem é aumentar as postagens nas redes e que Haddad seja mais contundente na desconstrução de Bolsonaro, principalmente ao desmentir notícias falsas e apontar incoerências do candidato do PSL. 
 

'Um cara colostomizado' não pode ir a debate, declara Onyx Lorenzoni

O deputado federal gaúcho Onyx Lorenzoni (DEM), coordenador de campanha de Jair Bolsonaro (PSL), culpou os efeitos colaterais das cirurgias realizadas após o atentado sofrido mês passado pela provável ausência do presidenciável nos debates eleitores do segundo turno. Diante das perguntas relativas ao fato de Bolsonaro ter realizado algumas agendas de campanha enquanto evita debates, Onyx respondeu: "Quer que eu fale em bom português? Um cara colostomizado peida, fede. No meio de um debate político, acha adequado isso?", questionou Onyx.
Ele afirmou que os embates entre adversários na televisão perderam a importância para o resultado da eleição. "Vamos olhar no Google e ver o que é um paciente colostomizado. Qual é o custo orgânico que isso tem? Qual custo emocional que isso tem? Está todo mundo aqui fazendo uma conversa no sentido de que desumanamente um cidadão que escapou da morte, já fez dois procedimentos cirúrgicos tem que ir a um debate televisivo que não resolve nada. Acabou! O jeito normal de se fazer política no Brasil, televisão, partido, palanque estadual, dinheiro e debate televisivo, acabou, não resolve mais eleição", avaliou Onyx.
Onyx afirmou que Bolsonaro tem feito participações curtas em eventos e que não deverá sair do Rio de Janeiro até o dia do segundo turno da eleição. Minimizou ainda críticas sobre a falta de um embate direto com Fernando Haddad (PT). "Alguém (Bolsonaro) que está há três anos e meio dizendo suas ideias, suas propostas, caminhando pelo Brasil, indo em lugares que vocês não vão, mas ele foi. Conquistou tudo que conquistou, tem que dizer mais o quê?", afirmou o coordenador da campanha. 

Cid Gomes provoca polêmica ao pedir 'mea culpa' do PT em comício

O senador eleito Cid Gomes (PDT-CE) disse ontem ao Estadão/Broadcast, que parte do PT já deu por perdida a disputa presidencial no segundo turno das eleições 2018 e está "se lixando" para o presidenciável Fernando Haddad. Na visão do irmão de Ciro Gomes (PDT), a "companheirada" só está pensando em garantir a hegemonia na oposição a um futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL).
Cid provocou polêmica em ato político realizado em Fortaleza (CE), na noite de segunda-feira, no qual conclamou que o PT fizesse uma autocrítica para não "perder feio" de Bolsonaro no pleito presidencial. O pedetista acabou vaiado pela plateia, que começou a gritar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso em Curitiba. Após a fala de Cid, o PT considera improvável criação de frente ampla contra Bolsonaro.
Nesta terça-feira, Cid Gomes reiterou à reportagem essas críticas e disse que é uma característica do PT não fazer gestos para reconhecer erros. "Se tem uma possibilidade de reversão desse quadro (liderança de Bolsonaro), extremamente avesso ao Haddad, que eu considero o melhor candidato, é a gente ir no nó da questão, que é essa ânsia, essa raiva, essa vingança, que boa parte dos brasileiros tem em relação ao PT", disse. 
O senador eleito disse ainda que há um sentimento na sociedade brasileira de "dar uma lição" tanto em PT quanto no PSDB, mas os tucanos já tomaram a "porrada" no primeiro turno, quando o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, figurou como quarto colocado.
Mais cedo, Cid usou seu perfil no Facebook para tentar contornar a repercussão de suas declarações. Ele escreveu na rede social que Haddad é "infinitamente melhor que o Bolsonaro".