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Política

- Publicada em 07 de Outubro de 2018 às 13:21

Biometria provoca espera de mais de uma hora para votar em Porto Alegre

Ginásio do Petrópole Tênis Clube, uma das sedes do Grêmio Náuico União, ficou tomado por filas

Ginásio do Petrópole Tênis Clube, uma das sedes do Grêmio Náuico União, ficou tomado por filas


CLAITON DORNELLES /JC
A dificuldade do sistema de biometria em reconhecer a identidade digital dos eleitores está gerando mais tempo de espera para eleitores em diversas seções de votação. Em Porto Alegre, esta é a primeira eleição que utiliza o sistema para liberar os acessos do eleitor à cabine de votação onde fica a urna. Em alguns locais, os relatos são de que o tempo de espera, que em outros anos era de, em média, 10 minutos, ultrapassa uma hora desde a manhã deste domingo (7).
A dificuldade do sistema de biometria em reconhecer a identidade digital dos eleitores está gerando mais tempo de espera para eleitores em diversas seções de votação. Em Porto Alegre, esta é a primeira eleição que utiliza o sistema para liberar os acessos do eleitor à cabine de votação onde fica a urna. Em alguns locais, os relatos são de que o tempo de espera, que em outros anos era de, em média, 10 minutos, ultrapassa uma hora desde a manhã deste domingo (7).
No Petrópole Tênis Clube, que pertence ao Grêmio Náutico União, a cena é inacreditável. A quadra de um ginásio ficou completamente tomadas por eleitores e a fila chega a sair para a rua, apresentando demora no andamento das filas de até um hora e meia. É o que reclama Claudine Gus, de 50 anos. Segundo ela, que sempre votou no ginásio, nunca houve tanta demora. “Disseram que foi realmente por isso”, afirma, referindo-se à identificação biométrica.
Segundo Fernando Palmeiro, 36, a demora se deve às pessoas que tiveram de repetir o processo de reconhecimento biométrico mais de uma vez. “Demorei 50 minutos (entre a fila e a votação), o que eu demorava 10 antes”, compara. Norma Krafta, de 64 anos, que enfrentou uma hora de fila levou a demora com bom humor. “Nada de extremo, dá para manejar”, diverte-se.
No Colégio La Salle Dores, no Centro da Capital, filas levam mais de uma hora. Como as seções ficam no ginásio, os eleitores foram linhas retas em frente às seções. No Colégio Sévigné, também no Centro, longas filas em meio a corredores de salas de aula, onde neste domingo ocorre a votação. Na Escola Dinah Néri Pereira, no Bairro Farroupilha, mais aglomerações e espera de eleitores. Na Faculdade de Educação Física da Ufrgs (Esef), no bairro Jardim Botânico, também se repetem as filas. No Colégio Rio Branco, eleitores desistiram de aguardar pela votação no final da manhã e relataram que voltariam à tarde.
Demoras também foram registradas no interior do Estado. Na localidade de Vista Alegre, no interior de Santa Cecília do Sul, a eleitora Maria Luísa Lamb Souto ficou por mais de 30 minutos na fila - em outros ano, não enfrentava espera. No colégio Luiz Badalotti, em Erechim, a mesária Isabel Suptitz relatou demora na maioria das leituras de digitais. "Se passasse de primeira o processo seria bem mais prático", comentou.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) reconhece que a demora tem acontecido, mas garante que "nenhum eleitor será impedido de votar por conta de (problema na) biometria". O secretário de Tecnologia da Informação do TRE, Daniel Wobeto, diz que quem estiver em filas após as 17h (término da votação) receberá senha para votar, conforme prevê a legislação eleitoral.
Para Wobeto, é natural que ocorra uma demora a mais com o uso da biometria, mas o recurso agrega segurança ao processo. “Passamos de zero a 60% do eleitorado de Porto Alegre com biometria, o que gera uma quebra no padrão”, justifica. No segundo turno, a expectativa é que os mesários e os eleitores já estejam habituados com o método e o processo se torne mais célere.
Aos mesários, a orientação da Justiça Eleitoral é de realizar quatro tentativas de identificação da digital antes de liberar o eleitor para votação sem o reconhecimento biométrico. Além disso, mesmo quem não passou pelo cadastramento biométrico em Porto Alegre está realizando a identificação – o motivo é uma parceria da Justiça Eleitoral com o Instituto Geral de Perícias (IGP) para importar as digitais.
"Se na primeira tentativa a urna não reconhece a biometria, temos mais três. Ao final, temos a situação que o mesário coloca o ano de nascimento do eleitor, que é mais uma garantia para que ninguém vote no lugar desse eleitor", comentou. Wobeto diz que a demora da votação e o aumento de filas "de certa forma já eram esperados". Ele acredita que "não há nenhum prejuízo para o eleitor por conta do não reconhecimento da biometria, a não ser um pouco mais de demora para a habilitação e um pouco mais de fila".
O TRE registrou 121 problemas em urnas até as 14h, das mais de 27 mil urnas espalhadas pelo Estado. Dessas, 53 não estavam funcionando, 22 tinham problemas na impressora e o restante apresentou problemas diversos. A solução para 57 delas foi a substituição do aparelho, para 29 foi a reinicialização da máquina e 18 foi o ajuste ou a troca do papel, entre outras soluções. Em Três Coroas, o problema em uma urna eletrônica não foi possível de ser solucionado e os 312 eleitores que votavam naquele aparelho precisaram usar cédulas de papel. Isso não ocorria desde o primeiro turno das eleições de 2010.
VÍDEOS JC: Imagens das filas e de eleitores sem entender a razão da demora
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