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Política

- Publicada em 03 de Outubro de 2018 às 01:00

Palocci aponta 'desonestidade' na estrutura do PT

No termo nº 1 de sua delação premiada, o ex-ministro Antonio Palocci (da Fazenda e Casa Civil) afirmou que "houve desonestidade em toda a estrutura do PT e dentre todas suas lideranças". Em 12 páginas, Palocci descreveu como era feito o "loteamento de cargos na Petrobras e sua utilização pelo governo federal para prática de crimes".

No termo nº 1 de sua delação premiada, o ex-ministro Antonio Palocci (da Fazenda e Casa Civil) afirmou que "houve desonestidade em toda a estrutura do PT e dentre todas suas lideranças". Em 12 páginas, Palocci descreveu como era feito o "loteamento de cargos na Petrobras e sua utilização pelo governo federal para prática de crimes".

Parte da delação de Palocci foi tornada pública nesta segunda-feira pelo juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato. Moro anotou que não vê "riscos às investigações". Palocci está preso desde setembro de 2016, quando foi pego na Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato. O juiz o condenou em uma primeira ação penal a 12 anos e dois meses de reclusão.

O termo número 1 de colaboração do ex-ministro foi anexado à mesma ação penal em que ele confessou crimes pela primeira vez. O processo se refere a supostas propinas de R$ 12,5 milhões da Odebrecht ao ex-presidente Lula por meio da aquisição de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) e de um terreno onde supostamente seria sediado o Instituto Lula, que teria sido bancado pela empreiteira.

Neste depoimento, o delator afirmou que o loteamento de cargos tinha como objetivo "arrecadação de recursos para financiamento de campanha". Palocci contou que "no momento da formação do primeiro governo do PT, havia uma divisão entre dois grupos que propunham diferentes linhas a ser seguidas de acordo com a aliança que se pretendia fazer com os partidos que iriam compor a base do governo".

"Essa discussão a respeito da formação do governo praticamente se seguiu durante todos os governos do PT", relatou. Palocci afirmou que um dos grupos "pretendia seguir um caminho programático". O outro, "um caminho pragmático".

"O caminho programático se basearia essencialmente na aprovação de reformas constitucionais estruturais, como a reforma da Previdência, tributária, do Judiciário, que eram demandadas naquele momento e eram de interesse de grandes partidos; que essa linha seria seguida conjuntamente com o PSDB e parte do PMDB", contou.

"O outro caminho, denominado de pragmático, visava basicamente a aliança com pequenos partidos visando a composição de governo; que o caminho pragmático também achava que deveria existir antagonismo entre PT e PSDB." À Polícia Federal, Palocci declarou que "durante os quatro governos do PT essa divisão de posições permeou as relações políticas e, progressivamente, a linha pragmática foi se tornando vencedora".

O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou, em nota, que "a conduta adotada hoje pelo juiz Sérgio Moro (...) apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula". "Soma-se a isso o fato de que a delação foi recusada pelo Ministério Público. Além disso, a hipótese acusatória foi destruída pelas provas constituídas nos autos, inclusive por laudos periciais".

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