Sete candidatos ao governo do Estado do Rio Grande do Sul voltaram a se encontrar nesta segunda-feira (17), em um debate promovido pela Rádio Guaíba e Correio do Povo. Passado um mês da campanha eleitoral, a maioria dos candidatos se focou em atacar as propostas e a gestão dos dois líderes das pesquisas eleitorais: o governador José Ivo Sartori (MDB) e o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB).
O primeiro embate ocorreu já na primeira pegunta entre os candidatos, com Miguel Rossetto (PT) acusando Sartori de não dizer a verdade sobre os termos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que o governo do Estado negocia com o governo federal. Para Rossetto, a assinatura do contrato impedirá a contratação de novos professores e policiais. A discussão entre os dois continuou no bloco seguinte, com Sartori afirmando que a busca pelo equilíbrio fiscal foi um ato de coragem e atitude. Rossetto rebateu, afirmando que o governo assistiu calado ao fechamento do Polo Naval de Rio Grande: "Que coragem é esta, que aprofunda a crise fiscal e diz que o Rio Grande do Sul está no caminho certo?".
Roberto Robaina (PSOL) foi outro candidato a fazer críticas à proposta do RRF, argumentando que o acordo irá aumentar a dívida dos gaúchos com a União. Jairo Jorge (PDT) também aproveitou suas perguntas e respostas para se contrapor a Sartori, defendendo que existem alternativas para melhorar as contas públicas e gerar desenvolvimento. "Enquanto você tem um plano pra tirar o Rio Grande da crise, eu tenho 50", afirmou.
Ainda assim, o mais visado no debate foi Eduardo Leite, que aparece em
segundo lugar na última pesquisa divulgada pelo Ibope. Julio Flores (PSTU) foi primeiro a confrontar o adversário, o responsabilizando pelo problema da saúde pública em Pelotas, onde o Ministério Público (MP) investiga a possibilidade de terem ocorrido fraudes em exames preventivos de câncer de colo de útero. Leite acusou o candidato socialista de "falar bobagens" e afirmou que está apresentando uma queixa-crime contra o candidato no MP, bem como representação na Justiça Eleitoral pelas declarações que Flores tem feito na imprensa.
Ao término do primeiro bloco, o tema seguiu em debate, com Jairo Jorge e Mateus Bandeira (Novo) voltando a falar sobre a questão da saúde em Pelotas. "Quando acontece uma denúncia gravíssima destas, o prefeito se exime da responsabilidade. É responsabilidade do prefeito fazer a avaliação da qualidade do serviço público e fiscalizar se o serviço está sendo prestado", afirmou o candidato do partido Novo.
Eduardo Leite solicitou direito de resposta, o que foi negado pelos organizadores do debate. O candidato acabou usando a oportunidade de fazer uma pergunta a Julio Flores para se defender: "Foi feita uma denúncia anônima, que está sendo investigada, esta é a verdade".
Como ocorreu
em outros debates, Leite e Bandeira voltaram a trocar acusações. Desta vez as críticas vieram do tucano, que acusou o adversário de tomar para si o mérito pelo ajuste fiscal realizado no governo de Yeda Crusius (PSDB), entre 2007 e 2010. "O senhor era um tesoureiro", afirmou, defendendo que o mérito pelos números positivos das contas públicas era do ex-secretário da Fazenda Aod Cunha.
O debate, realizado no estúdio localizado na esquina das ruas dos Andradas e Caldas Júnior, no Centro de Porto Alegre, foi acompanhado por correligionários dos candidatos, que acompanharam o evento do lado de fora da rua. O debate teve aproximadamente três horas de duração.