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Eleições 2018

- Publicada em 31 de Agosto de 2018 às 22:46

Ciro e presidente da Farsul batem boca por divergência sobre subsídios

Ciro foi à Expointer e teve embate durante agenda na Farsul

Ciro foi à Expointer e teve embate durante agenda na Farsul


CLAITON DORNELLES /JC
A passagem do candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) na Expointer, principal evento do agronegócio gaúcho, provocou bate-boca com a cúpula da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Segundo reportagem da Folhapress, o foco do atrito foram divergências sobre a existência ou não de incentivos fiscais no setor primário. O presidente da entidade, Gedeão Pereira, discordou que haja subsídio, mas Ciro refutou e afirmou que a conta chega a R$ 158 bilhões.    
A passagem do candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) na Expointer, principal evento do agronegócio gaúcho, provocou bate-boca com a cúpula da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Segundo reportagem da Folhapress, o foco do atrito foram divergências sobre a existência ou não de incentivos fiscais no setor primário. O presidente da entidade, Gedeão Pereira, discordou que haja subsídio, mas Ciro refutou e afirmou que a conta chega a R$ 158 bilhões.    
Pereira contrapôs pela segunda vez Ciro afirmando que não era verdade que o setor primário tinha subsídios e alegou que os recursos tinham origem na caderneta de poupança. Em resposta, o presidenciável questionou se podia dizer em seu programa que o agronegócio não precisava de subsídio, o que resolveria o déficit público no primeiro ano de governo. A Folhapress informou que Gedeão recusou a proposta.
Ciro foi à Farsul em compromisso de campanha, onde recebeu a pauta da entidade, que inclui a defesa do direito à propriedade no campo e a redução do tamanho no Estado. Esta semana o mesmo pleito foi passado a outros candidatos a presidente. Álvaro Dias esteve na Farsul também nesta sexta-feira. A divergência entre o líder pecuarista e o pedetista antecipou o fim da agenda. "Acho que com esse candidato vamos seguir um viés extremamente perigoso de esquerda", afirmou o presidente da Farsul, após a saída de Ciro, segundo a agência.  
O candidato deixou a Farsul e se reuniu com o setor cooperativista no parque, onde negou ser um radical de esquerda e que já superou "essas bobagens ideológicas", mas lamentou o "reacionarismo" de Pereira. "Tomei uma lição de reacionarismo doentio. Em uma mesma frase defendeu a destruição do estado e mais investimentos em infraestrutura".

'Estes canalhas da revista Veja estão a serviço de outros interesse', reage presidenciável

Além de desavença com a ala pecuarista, Ciro Gomes teve outro alvo, desta vez reportagem da revista Veja, publicada nesta sexta-feira (31). O pedetista saiu em defesa da própria honra e partiu para o ataque contra a Veja. A publicação veiculou matéria de capa em que acusa o candidato trabalhista de ter conhecimento de um esquema de extorsão supostamente ocorrido durante o governo de seu irmão, Cid Gomes (PDT), no Ceará.
“Essa é a intenção dos gângsteres que controlam a revista há três gerações. Entrevistaram uma pessoa que não faço a menor ideia de quem seja e com base em absolutamente nenhuma prova pretendem jogar a minha reputação de 38 anos de vida pública limpa. Estes canalhas da revista Veja estão a serviço de outros interesses. Mas eles vão ter que responder a isso na justiça porque serão processados”, declarou.
Ciro Gomes cumpriu agenda na 41ª Expointer. A primeira parada do candidato no Parque de Exposições Assis Brasil foi o setor de máquinas e equipamentos agrícolas. No local, Ciro concedeu uma breve coletiva de imprensa. Questionado insistentemente sobre posições de seu oponente, Jair Bolsonaro (PSL), Ciro rebateu categoricamente.
“Pessoal, vamos deixar claro uma coisa. Tudo aquilo que o Bolsonaro pensa, eu penso o contrário. Podem usar isso como uma regra. O Bolsonaro não senta para estudar e se alimenta de um discurso demagogo, explora o sentimento de medo da população. Nós estamos na maior estagnação da história deste país. E não é essa balela conservadora que vai resolver isso”, comentou.
Em seguida, o candidato apresentou alguns pontos do que costuma chamar de pauta desenvolvimentista. Para ele, é preciso ativar os motores da economia, com destaque para a restauração do poder de consumo das famílias, a retomada das condições de financiamento empresarial e do setor público.
“Eu tenho um projeto para devolver ao Brasil as condições de crescer, produzir, gerar empregos, restaurar o financiamento no setor privado e reindustrializar o nosso País. Nesse momento, precisamos garantir que o crédito chegue no tempo certo e no volume correto”, defendeu.
Segundo ele, é importante que os trabalhadores da agricultura e os produtores rurais “prestem muita atenção aos debates” que serão realizados ao longo da campanha. “Os candidatos mais conservadores, Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) estão propondo acabar com os subsídios na agricultura. Se isso ocorrer, o setor primário será ainda mais penalizado com a carga tributária”, disse.
Durante a Expointer, Ciro Gomes ainda visitou o Pavilhão da Agricultura Familiar, onde conversou com eleitores e angariou a simpatia de muitos apoiadores. Ciro Gomes também recebeu a pauta de reivindicações da Farsul que tem sido entregue a todos presidenciáveis que passaram pela 41ª edição da feira em Esteio.