Em visita à Expointer nesta sexta-feira (31), o candidato à presidência da República Alvaro Dias (Podemos) procurou mostrar identificação com pautas do campo. Acompanhado da candidata ao Senado Ana Varela e do deputado federal Cajar Nardes, o senador paranaense encontrou-se com dirigentes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) e da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), que lhe entregaram propostas voltadas para o setor do agronegócio.
Do presidente da Farsul, Gedeão Pereira, Dias recebeu um documento com 10 pautas que a federação rural espera que sejam priorizadas pelo governante eleito para o próximo mandato. Já o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, entregou ao senador uma série de reivindicações do segmento da agricultura familiar.
Dias afirmou que o setor agrícola brasileiro é o grande responsável pelo lucro da balança comercial do País, e que as autoridades precisam olhar o campo com mais atenção. O candidato também defendeu a reintegração sumária de posse de terras no caso de invasões. “Os produtores querem segurança jurídica e defesa da propriedade privada como intocável. Exatamente os pressupostos básicos do empreendedorismo”, destacou, afirmando também que a legislação não costuma ser respeitada.
O senador novamente lembrou de sua bandeira da reforma tributária, e garantiu que, se eleito, vai isentar quem ganha salário de até R$ 5 mil do pagamento de Imposto de Renda (IR). Hoje, o benefício fiscal vale apenas para quem recebe até R$ 1.903,98.
“Com isso, 8 milhões de brasileiros serão beneficiados, o que deve gerar uma renúncia de R$ 1,5 bilhão. No entanto, com menos tributos, a população irá mais condições de consumo, o que faz a economia crescer. A experiência mais mostra que, quando se implanta uma redução tributária, a receita na verdade aumenta, porque a economia cresce mais”, afirmou o candidato. Dia acredita que poderia enviar ao Congresso, ainda nos primeiros meses de seu governo, uma proposta de reforma tributária que reduziria a cobrança de impostos sobre o consumo, concentrando a tributação sobre a renda.
Dias afirmou que o governo brasileiro, atualmente é um “refém do sistema financeiro nacional”, e que essa situação precisa mudar através de reformas. “Temos que liberar crédito para o setor produtivo, fazer um ajuste fiscal, permitir uma melhor administração da dívida pública, e emitir menos títulos públicos, transferindo ao setor privado a capacidade creditícia do País.
O candidato declarou que oferecendo previsibilidade para quem investe, é possível gerar mais de 10 milhões de empregos nos próximos quatro anos. “Podemos fazer a economia crescer em média 5% ao ano, e investir 22% do Produto Interno Bruto (PIB) em setores essenciais, como saúde, educação, infraestrutura e pesquisa”, disse.