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eleições 2018

- Publicada em 30 de Agosto de 2018 às 22:26

Sandra Weber defende diminuição da faixa de fronteira

Candidata ao Senado pelo SD, Sandra propõe máquina estatal enxuta

Candidata ao Senado pelo SD, Sandra propõe máquina estatal enxuta


/CLAITON DORNELLES/JC
Candidata ao Senado pelo Solidariedade (SD), na chapa encabeçada por Jairo Jorge (PDT), Sandra Weber diz que levará ao Congresso Nacional a proposta de redução da faixa de fronteira. Atualmente, conforme explica a candidata, terrenos localizados no perímetro de 150 quilômetros da fronteira - no caso do Rio Grande do Sul, com a Argentina e com o Uruguai - não podem ser alienados ou utilizados como garantia na tomada de empréstimos, por exemplo.
Candidata ao Senado pelo Solidariedade (SD), na chapa encabeçada por Jairo Jorge (PDT), Sandra Weber diz que levará ao Congresso Nacional a proposta de redução da faixa de fronteira. Atualmente, conforme explica a candidata, terrenos localizados no perímetro de 150 quilômetros da fronteira - no caso do Rio Grande do Sul, com a Argentina e com o Uruguai - não podem ser alienados ou utilizados como garantia na tomada de empréstimos, por exemplo.
"Essa faixa de fronteira inviabiliza muitos investimentos", alega. A proposta de Sandra é que a extensão da faixa seja reduzida para 50 quilômetros. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, que integra a série com os candidatos ao Senado, Sandra também critica a proposta de renegociação da dívida do Rio Grande do Sul com a União, que prevê a venda de estatais e proíbe novas contratações no serviço público. "Precisamos fazer uma mesa de diálogo, sentar com o governo federal e discutir o que fica bom para ambas as partes", defende.
Jornal do Comércio - O que a senhora pretende fazer pelo Rio Grande do Sul como senadora?
Sandra Weber - Sou de São Gabriel, na Fronteira-Oeste, uma região muito desassistida, e precisamos de uma representatividade em Brasília, que venha resgatar verbas para saúde, educação e segurança. Como sou da área da saúde, tenho presenciado o descaso. Vemos as pessoas ainda morrendo nas filas à espera de cirurgias, sem atendimento. É inadmissível que uma pessoa fique meses em uma fila esperando tratamento para câncer. Isso tudo reflete a falta de representatividade que temos em Brasília. O nosso País não é corrupto, mas temos pessoas corruptas que ocupam o poder. Está na hora da renovação e de lutarmos para que as verbas de lá realmente cheguem na saúde, na educação, na segurança. Necessitamos, para isso, por exemplo, da Lei Kandir, cujas verbas não são repostas para os estados e municípios, e precisamos trazer esses recursos para o nosso Estado. Acredito que, como senadora, vou poder lutar pelo Rio Grande do Sul, inclusive defendendo a diminuição dos impostos. Além disso, tem muita coisa que precisa ser esclarecida, por exemplo, em relação à Previdência Social. Não é admissível que queiram fazer uma reforma da Previdência, prejudicando as pessoas e dizendo que a Previdência é deficitária, quando, na realidade, é superavitária. Sou contra essa reforma e acredito que temos que brigar, sim, para o reajuste das aposentadorias. Não é admissível, acho até que é criminoso, que uma pessoa trabalhe a vida inteira para se aposentar com três ou quatro salários, por exemplo, e acabe ganhando um salário só. Está na hora de renovar, as pessoas que estão aí já tiveram a oportunidade de fazer, e, hoje, existe um descrédito da política. Precisamos resgatar essa dignidade, esse respeito pela política. Só vamos mudar através do voto e com representatividade.
JC - Como a senhora vê a renegociação da dívida do Estado com a União?
Sandra - Essa questão das negociações, um congelamento em que não podemos, por exemplo, aumentar o efetivo da Brigada Militar, é extremamente prejudicial para o Rio Grande do Sul. Precisamos fazer uma mesa de diálogo, sentar com o governo federal e discutir o que fica bom para ambas as partes. Não podemos ceder em avanços de negociação do nosso efetivo de segurança. Em relação às privatizações, toda empresa estatal que é lucrativa, esse lucro tem que reverter em benefício à comunidade. Por que vender uma empresa estatal que está dando lucro se podemos fazer do lucro um fundo que vai beneficiar a educação? Temos que defender ética, colocar gente competente para administrar a estatal e não se transformar em um balcão de negócios.
JC - A senhora comentou que vem da Fronteira-Oeste...
Sandra - Temos um problema muito sério na região, que é a faixa de fronteira. Vamos trabalhar para diminuir a faixa de fronteira e permitir investimentos, o que vai desenvolver a região, gerando emprego e renda.
JC - Como seria, na prática?
Sandra - A faixa de fronteira são 150 quilômetros, uma região considerada, historicamente, pela lei, uma faixa que pode ser desapropriada pela União, digamos assim, então não pode servir em um investimento. Se for fazer um financiamento em um banco, por exemplo, quem tem um imóvel ou empresa naquela região não pode usar aquele terreno como garantia. Essa faixa de fronteira inviabiliza muitos investimentos em que o próprio patrimônio serviria de aval, mas não serve, porque não se pode alienar aquele bem.
JC - E qual é a sua proposta?
Sandra - Diminuir a faixa de fronteira para 50 quilômetros.
JC - Já existe alguma proposta tramitando nesse sentido?
Sandra - Vamos lutar para esse tipo de proposta ir adiante e levar o desenvolvimento para a Fronteira-Oeste.
JC - Além de regrar a faixa de fronteira, o que mais pode ser feito para fomentar essa região?
Sandra - Temos que investir e defender o agronegócio, muito forte na região da Fronteira-Oeste. Precisamos nos juntar com os produtores e defender os interesses deles, porque a produção é o que eleva o Estado em termos de ganho. E a agropecuária, a nossa região é essencialmente agropecuária. O Estado tem que estar ao lado do produtor rural.
JC - Quais são as demandas dos produtores dessa região e o que poderia ser feito no Senado?
Sandra - Essas exportações. O próprio meio agropecuário defende essa liberdade de exportações, o apoio da Lei Kandir, e deixar que a lei da oferta e da procura regule o mercado. O Estado tem que cuidar, porque, quando quer regulamentar demais, às vezes, pode atrapalhar o produtor. Temos que dar incentivo ao produtor e ao pequeno produtor, e apoiar a região agropecuária para que ela se desenvolva.
JC - A senhora vê necessidade de um Estado mais enxuto para ser mais organizado?
Sandra - O Estado não pode ser cabide de empregos. Assim como uma empresa privada, tem que ter gerenciamento. Isso faz parte da eficiência, da eficácia de um Estado bem administrado, que é ser um Estado enxuto. Tem que ter pessoas eficientes, capazes, honestas nos cargos importante, gerenciando as estatais lucrativas, e isso com transparência, transformando esses lucros em fundos que vão fazer o que precisa ser feito.

Perfil

Sandra Regina Marçolla Weber tem 57 anos e é natural de São Paulo, mas foi criada na cidade de Júlio de Castilhos, no Rio Grande do Sul. Formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria em 1985. É especialista em Cardiologia pelo Instituto de Doenças Cardiopulmonares Dr. Zerbini e mestre na área pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi vice--prefeita de São Gabriel (2009-2012, na época, no PSB); vereadora entre 1997 e 2000 pelo PFL (atual DEM); e secretária municipal de Saúde. Atuou como cardiologista e docente no Instituto de Cardiologia de Porto Alegre e na Faculdade de Medicina do ABC Paulista. Hoje, integra o corpo clínico da Santa Casa de São Gabriel.