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Política

- Publicada em 26 de Agosto de 2018 às 22:40

Manifestações políticas marcam premiação do Festival de Cinema

Caroline da Silva
Nos últimos anos, tem sido cada vez mais forte a utilização do microfone no palco do Palácio dos Festivais, em Gramado, durante o Festival de Cinema, para denúncias de temas sociais, reivindicações da classe do audiovisual e manifestações sobre a conjuntura política municipal, estadual e nacional. Nesta 46ª edição do evento, encerrada no sábado, na serra gaúcha, em época de campanha eleitoral, os ânimos estiveram mais exaltados.
Nos últimos anos, tem sido cada vez mais forte a utilização do microfone no palco do Palácio dos Festivais, em Gramado, durante o Festival de Cinema, para denúncias de temas sociais, reivindicações da classe do audiovisual e manifestações sobre a conjuntura política municipal, estadual e nacional. Nesta 46ª edição do evento, encerrada no sábado, na serra gaúcha, em época de campanha eleitoral, os ânimos estiveram mais exaltados.
Quando os pronunciamentos eram de rejeição ao presidente Michel Temer (MDB), a plateia do cinema sempre foi unânime em apoiar os manifestos. Neste ano, com a inclusão da pauta "Lula Livre", vaias surgiram entre os aplausos. O fato ocorreu já na noite de abertura, em 17 de agosto, com integrantes da equipe do longa paulista A voz do silêncio (com Marieta Severo no elenco) gritando o lema.
Os clamores ressurgiram na noite da cerimônia da premiação, que era televisionada ao vivo, com o pronunciamento de Osmar Prado, ao receber o Kikito de Melhor Ator. Aos 71 anos, reconhecido pela sua atuação política, em seu discurso, reivindicou o pronto restabelecimento do Estado Democrático de Direito do País: "Abaixo as conduções coercitivas e as delações premiadas, e a injusta prisão do presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva, PT) na masmorra de Curitiba pelo juiz Sérgio Moro". Ele aceitou as vaias e ergueu o braço com o punho fechado, enquanto grande parte da classe artística se levantou para aplaudi-lo. O ator discursou no palanque em São Bernardo do Campo (SP) antes de Lula ser preso, em abril.
Premiada na sequência, a atriz carioca Karine Teles agradeceu as palavras do colega. Ao receber Menção Honrosa por A cidade dos piratas, o gaúcho Otto Guerra parabenizou o artista pela coragem: "Estamos em um momento bem grave, estou apavorado desde a coerção do Lula, porque vivi a época do outro golpe. É como se passasse uma nuvem negra pelo Brasil. Inacreditável. Espero que essa loucura que estamos vivendo acabe logo, que voltemos a ser um País sem o ódio que mostramos no filme". Ele finalizou com "Lula Livre" e foi igualmente vaiado.
Quando Benzinho recebeu o Troféu do Júri Popular, o diretor baseado no Rio de Janeiro Gustavo Pizzi foi ao microfone: "É especial ganhar por um filme que fala de amor, feito com amor, em um momento tão radical de polarização. Ela serve a um grupo muito específico, e acho que temos que lutar contra isso, tem que se escutar, conversar, dialogar".
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