Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 24 de Agosto de 2018 às 18:20

Maioria da população, mulheres são 31,6% dos candidatos no Rio Grande do Sul

Em quatro anos, candidaturas femininas cresceram 0,5% no Rio Grande do Sul

Em quatro anos, candidaturas femininas cresceram 0,5% no Rio Grande do Sul


Mariana Carlesso/ARQUIVO/JC
Paulo Egídio
Apesar de constituírem 51,33% da população gaúcha, de acordo com a última estimativa populacional da Fundação de Economia e Estatística (FEE), as mulheres são menos de um terço de todos os postulantes a cargos públicos no Rio Grande do Sul nas eleições de 2018. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), das 1.314 candidaturas registradas para todos os cargos disputados no pleito de outubro, 415 (ou 31,6%) são de mulheres, ante 899 (68,4%) de homens.
Apesar de constituírem 51,33% da população gaúcha, de acordo com a última estimativa populacional da Fundação de Economia e Estatística (FEE), as mulheres são menos de um terço de todos os postulantes a cargos públicos no Rio Grande do Sul nas eleições de 2018. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), das 1.314 candidaturas registradas para todos os cargos disputados no pleito de outubro, 415 (ou 31,6%) são de mulheres, ante 899 (68,4%) de homens.
O percentual de candidaturas femininas em 2018 é apenas 1,6% maior do que a cota de gênero definida pelo TSE. Pela legislação, ao menos 30% dos postulantes a cargos proporcionais (deputado federal, deputado estadual e vereador) devem ser do sexo feminino. Nas últimas eleições gerais, em 2014, 338 mulheres foram candidatas – 31,1% do total daquela eleição.
De acordo com a pesquisadora Jussara Reis Prá, professora de Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e líder do grupo de pesquisa no CNPq Gênero, Feminismo, Cultura Política e Políticas Públicas, a baixa participação faz parte de uma conjuntura histórica, em que as mulheres não são empoderadas politicamente.
Para Jussara o estabelecimento de um mínimo de candidaturas femininas foi positivo, mas não garante, por si, o envolvimento de mulheres. “Tem muita candidatura para fazer de conta, que não é real”, sublinha, em referência às candidatas registradas apenas para o cumprimento da cota de gênero. “Não há garantia de que essa mulher tenha chance de eleição”, pondera.
A pesquisadora descreve a estrutura partidária brasileira como “elitista e patriarcal” e diz que, ainda que as mulheres apresentem mais interesse pela política, ainda se deparam com um ambiente adverso à sua participação. “Precisamos de uma mudança de mentalidade. O eleitorado, em sua maioria, é feminizado, e o poder político e masculinizado”.
Este ano será o primeiro, desde 2002, em que apenas homens disputarão o governo do Rio Grande do Sul. Em toda a história, o estado teve apenas uma mulher governadora (Yeda Crusius, do PSDB, 2007 e 2010).
O predomínio masculino também aparece nas eleições proporcionais. Em 2014, apenas uma mulher (Maria do Rosário, PT) esteve entre os 31 deputados federais eleitos no Rio Grande do Sul. Na Assembleia Legislativa, das 55 vagas disponíveis, sete foram ocupadas por candidatas.

Perfil do candidato gaúcho é branco e maior de 40 anos

Também de acordo com o TSE, o número de candidatos gaúchos que se declaram brancos soma 86,99%. Para efeitos de comparação, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (PNAD-Contínua) do IBGE, 81,5% da população se declarou branca, enquanto 18,2% se considera preta ou parda.
Ainda assim, o percentual de candidatos não-brancos cresceu em 2018. O número de postulante a cargos públicos que se identificam como negros, pardos e amarelos subiu de 8,45%, no último pleito, para 13,01%.
Em relação à faixa etária, 76,71% dos candidatos têm 40 anos ou mais, enquanto 23,39% possui de 21 a 39 anos – número que era de 25,83% em 2014.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO