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Política

- Publicada em 22 de Agosto de 2018 às 13:47

Bolsonaro preenche eleitorado cativo e vê rejeição subir em redutos mais pobres

Dos eleitores com curso superior, 46% dizem que não votariam no capitão reformado

Dos eleitores com curso superior, 46% dizem que não votariam no capitão reformado


NELSON ALMEIDA /AFP/JC
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) preencheu nos últimos meses um eleitorado cativo, que impulsionou seu crescimento nas pesquisas. Entre brasileiros com renda superior a dois salários mínimos, 88% dizem conhecer o deputado. No segmento com ensino superior completo, esse índice chega a 95%.
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) preencheu nos últimos meses um eleitorado cativo, que impulsionou seu crescimento nas pesquisas. Entre brasileiros com renda superior a dois salários mínimos, 88% dizem conhecer o deputado. No segmento com ensino superior completo, esse índice chega a 95%.
Bolsonaro construiu sua base eleitoral justamente nestes dois grupos, em que atinge 29% e 27%, respectivamente, no levantamento mais recente do Datafolha.
Os números sugerem, porém, que o candidato pode estar se aproximando de um ponto de saturação nesse eleitorado. Cada vez mais conhecido, ele já enfrenta índices de rejeição altos nesses grupos. Dos eleitores com curso superior, 46% dizem que não votariam no capitão reformado "de jeito nenhum". A taxa é de 38% entre quem ganha mais de dois salários mínimos.
Os índices de intenção de voto de Bolsonaro nesse eleitorado e nas regiões Sul e Sudeste sustentam sua liderança isolada nas pesquisas quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está fora da disputa.
Desde o início oficial da campanha, há uma semana, o deputado decidiu concentrar seus esforços nesses nichos, reforçando um discurso com base em ataques ao PT e em medidas duras para combater a violência. Com pouco tempo na propaganda eleitoral, que começa no dia 31, o objetivo do presidenciável é cristalizar o eleitorado conquistado até aqui. Os 22% que tem hoje seriam suficientes para levá-lo ao segundo turno.
Por outro lado, Bolsonaro vê crescer com rapidez sua rejeição em redutos ainda pouco explorados por sua campanha. Desde o início do ano, subiram os percentuais de eleitores que dizem não votar no deputado no Nordeste, em famílias de baixa renda e em setores de menor escolaridade -tradicionalmente alinhados ao PT.
No grupo de baixa renda (até dois salários mínimos, que representam quase metade do eleitorado), a taxa de rejeição a Bolsonaro subiu de 27% em janeiro para 41% na última pesquisa. Nesse segmento, 30% dos eleitores dizem não conhecer o capitão reformado.
No Nordeste, o índice de rejeição cresceu 19 pontos percentuais no mesmo período, chegando a 50% do eleitorado da região. Para servir de comparação, a taxa é de 36% no Sudeste --onde Bolsonaro também é mais conhecido.
Um dos motivos para a inclinação da curva de rejeição ao presidenciável do PSL nesses segmentos é sua campanha fincada em uma plataforma antipetista, em especial contra o ex-presidente Lula. No Nordeste e nas famílias de menor renda, a popularidade do petista se aproxima dos 60%.
O Datafolha ouviu eleitores de 20 a 21 de agosto. A margem de erro da pesquisa, encomendada por Folha e TV Globo, é de dois pontos percentuais para mais ou menos. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR 04023/2018.
Folhapress
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