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eleições 2018

- Publicada em 22 de Agosto de 2018 às 22:54

Luiz Carlos Machado defende redução do tamanho do Estado

Machado sugere federalizar o salário dos professores

Machado sugere federalizar o salário dos professores


CLAITON DORNELLES /JC
Crítico do tamanho do Estado, o candidato a senador Luiz Carlos Machado (DC) chama de "absurdo" o atraso no pagamento do funcionalismo público estadual, e diz que há recursos disponíveis, mas que "o Estado é que não está sabendo buscar". Machado defende a federalização dos salários de professores, e aumento de investimentos em equipamento e treinamento para a Polícia Civil e a Brigada Militar.
Crítico do tamanho do Estado, o candidato a senador Luiz Carlos Machado (DC) chama de "absurdo" o atraso no pagamento do funcionalismo público estadual, e diz que há recursos disponíveis, mas que "o Estado é que não está sabendo buscar". Machado defende a federalização dos salários de professores, e aumento de investimentos em equipamento e treinamento para a Polícia Civil e a Brigada Militar.
Na primeira entrevista da série do Jornal do Comércio com os candidatos ao Senado Federal pelo Rio Grande do Sul, Machado também dá sua interpretação sobre os motivos de a democracia cristã não ter a mesma representação legislativa no Brasil em comparação com outros países.
> Candidato fala de planos caso chegue ao Senado 
Jornal do Comércio - O que o senhor vai fazer pelo Rio Grande do Sul se eleito ao Senado?
Luiz Carlos Machado - A primeira medida que eu quero tomar é reduzir o tamanho do Estado. Ele, da maneira que está, é ineficiente e chega a ser irresponsável. Não é possível mais todos nós, gaúchos, sustentarmos uma máquina pública desse tamanho. Nós vamos fazer um projeto de uma reforma política e uma reforma no tamanho do Estado que reduza isso. Reduzindo isso, reduzem-se custos. Reduzindo custos, sobra dinheiro. Sobrando dinheiro, é dinheiro para investimentos, educação, saúde, segurança. Esse é um dos meus carros-chefes. Além de outras ideias, evidentemente, que eu quero implementar. Há uma carência de mão de obra em todos os setores, mas nós temos que qualificar essa mão de obra. Disciplina, trabalho, técnica, conhecimento, os fatores que são importantes, então essa é uma das minhas metas também. E federalizar o pagamento dos professores, professores têm que ganhar bem. Eu vejo os políticos que estão hoje no poder, não sei se já estão cansados, se eles já não têm mais disposição, mas se vê que nada é feito. Absolutamente nada. A minha vida profissional é de ação, é de resolver. A gente usa muito frases como "não existe problema sem solução". Se não está resolvido, é porque não está se esforçando o suficiente. Isso, pra mim, é fundamental.
JC - O senhor é da democracia cristã, cujo maior expoente mundial é a chanceler alemã, Angela Merkel. Aqui no Brasil, essa ideologia nunca deslanchou politicamente. Por que há essa baixa representatividade aqui?
Machado - Em 1986, quando houve a abertura política, o Tancredo Neves queria implantar o parlamentarismo. Lamentavelmente, ele veio a falecer. Assumiu, então, o presidente José Sarney (MDB), e daí mudou o rumo e o destino do Brasil. Se tivesse mantido aquela ideia ali, nós estaríamos em outro patamar, e a gente viu todos que se sucederam, o desastre que foi para o País. E daí a democracia cristã não cresceu em função de todo esse jogo político que estava acontecendo no Brasil, que queria se implantar o comunismo, e quer se implantar o comunismo de qualquer maneira no Brasil. Esse caos econômico que estamos vivendo é para desestruturar a família, a sociedade como um todo, a economia... E agora, sim, nós estamos implementando a democracia cristã no Brasil e no Rio Grande do Sul, e vamos fazer um grande partido político.
JC - O líder nacional do DC é José Maria Eymael, ex-deputado constituinte, que concorre agora novamente a presidente. Sendo ele um nome conhecido, não seria mais interessante disputar o Legislativo para fortalecer o partido?
Machado - Então, como nós vamos fazer a democracia cristã ser observada e ser vista? O presidente está correto na decisão dele, e é muito importante, porque aparece a imagem da democracia cristã nacionalmente. Nós queremos que todos venham pra democracia cristã pra que formemos um grande partido político. Essa juventude tem que participar, vivenciar a política, porque tudo é política. Então é fundamental que a gente tenha aqueles conceitos da família estruturada, organizada, como está lá nos três pilares da democracia cristã. Uma sociedade livre, justa e solidária. Livre pra que a gente tenha a liberdade de ir e vir, justa pra que seja igual a todos, e solidária pra que a gente possa se unir e fazer uma grande Nação.
Os políticos que estão hoje no poder, não sei se já estão cansados, mas nada é feito

JC - Qual a opinião do senhor sobre as reformas trabalhista e previdenciária?
Machado - Tudo pode ser modificado, tudo tem seu tempo de ajuste, mas o momento do mundo hoje é diferente. Nós temos que proteger o trabalhador, mas nós temos que criar empregos. Quando eu comecei a trabalhar, no escritório de cálculo estrutural, eu não tinha carteira assinada, eu pagava o meu INSS, paguei por seis anos e meio de contribuição que eu recolhia, e eu ganhava muito bem, era opção minha. As pessoas podem ter opções. Tem que haver essa opção para o trabalhador pra que a economia se desenvolva. Ela não pode ser estática.
JC - O Rio Grande do Sul está passando por uma crise de segurança. Como o senhor pretende agir em relação a isso?
Machado - Existem recursos, o Estado é que não está sabendo buscar. O que está ocorrendo hoje na segurança pública do Rio Grande do Sul? Os funcionários não são nem pagos em dia. Como é que se vai motivar uma pessoa, ela chegar e ter que levar pra casa alimento, tudo aquilo que um pai ou uma mãe precisa levar pra casa, se ela não consegue nem se concentrar, porque ela não sabe se vai receber o salário no final do mês? Isso é um absurdo. Eu tenho a maior admiração e respeito tanto pela Polícia Civil quanto pela Brigada Militar, porque eles têm respeito por nós. Eles têm que ser muito bem remunerados. Tem onde buscar recursos. Tem um projeto que eu quero apresentar no Senado também, que eu até preservo, é um segredo que eu quero de alguns, de ideias minhas que eu quero implementar, mas é tranquilo, de maneira democrática e fácil de buscar esses recursos. E trazer e remunerar bem Polícia Civil e Brigada Militar. Não só as pessoas, mas com equipamentos adequados, colete a prova de balas, com armamento, com treinamento, tudo que for necessário. Porque nós, cidadãos, ficaremos mais seguros. Não faço isso pensando como senador, eu penso como a sociedade em que eu vivo.

Perfil

Natural de Santa Cruz do Sul, Luiz Carlos Machado tem 63 anos e é formado em Administração pela Unisinos, com curso técnico na área de Edificações. Trabalhou por 31 anos na Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão de Porto Alegre e, hoje aposentado da função pública, trabalha com consultoria técnica e de negócios. Machado é um dos mentores e membro fundador do Instituto Ildo Meneghetti de Formação Política, e foi candidato a vice na Capital em 2012, pelo PSL, na chapa de Jocelin Azambuja (PSL). Atual presidente estadual da Democracia Cristã (DC, ex-PSDC), Machado concorre como único candidato a senador. Seu partido decidiu não lançar candidatura própria ao Piratini nem apoiar formalmente um dos candidatos.