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eleições 2018

- Publicada em 16 de Agosto de 2018 às 23:14

Candidatos se confrontam em primeiro debate

Júlio Flores (e), José Ivo Sartori, Miguel Rossetto, Jairo Jorge, Eduardo Leite, Mateus Bandeira e Roberto Robaina discutiram propostas

Júlio Flores (e), José Ivo Sartori, Miguel Rossetto, Jairo Jorge, Eduardo Leite, Mateus Bandeira e Roberto Robaina discutiram propostas


MARCELO G. RIBEIRO/JC
No dia em que se iniciou a campanha das eleições 2018, os candidatos ao governo do Estado participaram do primeiro debate, no início da manhã desta quinta-feira, na Rádio Gaúcha. Ao responderem perguntas da produção, de adversários e de internautas que acompanhavam o evento pela internet, os postulantes ao Palácio Piratini buscaram se diferenciar dos adversários.
No dia em que se iniciou a campanha das eleições 2018, os candidatos ao governo do Estado participaram do primeiro debate, no início da manhã desta quinta-feira, na Rádio Gaúcha. Ao responderem perguntas da produção, de adversários e de internautas que acompanhavam o evento pela internet, os postulantes ao Palácio Piratini buscaram se diferenciar dos adversários.
Sete candidatos participaram do debate, no estúdio da rádio, sentados em uma mesa circular, e se confrontaram ao longo de duas horas. Representando o espectro político de centro-direita, com um enfoque liberal maior ou menor, dependendo do candidato, estavam o governador José Ivo Sartori (MDB), o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB) e o ex-secretário do Planejamento do governo Yeda Crusius (PSDB, 2007-2010) Mateus Bandeira (Novo).
Por outro lado, representando o campo de centro-esquerda, defendendo um Estado mais forte, estavam o vereador de Porto Alegre Roberto Robaina (PSOL), o ex-prefeito de Canoas Jairo Jorge (PDT), o ex-ministro do Trabalho Miguel Rossetto (PT) e o professor Júlio flores (PSTU). O único que não participou foi o nome do PCO, Paulo de Oliveira Medeiros.
O evento foi dividido em quatro blocos. No primeiro, os candidatos se apresentaram. No segundo, fizeram perguntas para adversários, com réplica e tréplica. No terceiro, responderam perguntas de internautas e da colunista no veículo. No quarto, fizeram as considerações finais. Entre um bloco e outro, assessores entravam no estúdio para dar orientações no ouvido dos concorrentes ao governo do Estado.
O segundo bloco foi o mais elucidativo para perceber a estratégia de cada candidatura. Nesse bloco, Bandeira criticou duramente Leite, o que surpreendeu alguns jornalistas que acompanhavam a discussão. Afinal, por defenderem ideias parecidas - como privatizações, por exemplo -, se esperava que não se digladiassem. A estratégia do candidato do Novo parece ter sido criticar as outras candidaturas para reforçar a ideia de que é "a única candidatura que representa a nova política".
Entretanto outros candidatos também reivindicaram o título de "novidade". Por exemplo, Júlio Flores. Aliás, ele perguntou a Bandeira por que este se considerava o novo na política se defendia as mesmas ideias que Sartori e Leite, como as privatizações e o ingresso no Regime de Recuperação Fiscal (RRF). "O que há de novo mesmo na política é o PSTU, que defende uma rebelião contra esse sistema injusto", reivindicou o candidato.
Na mesma linha de Bandeira em relação ao ex-prefeito de Pelotas, Robaina criticou Rossetto para demonstrar que tem um diferencial em relação às outras chapas de esquerda - apesar de ter propostas parecidas, como buscar as compensações da Lei Kandir como alternativa ao RRF. Inclusive, Robaina disse que o PT, em mais de 12 anos à frente do governo federal, não deu um encaminhamento ao ressarcimento que o Rio Grande do Sul tem direito por causa da Lei Kandir.
Mesmo evitando o embate direto, Jairo Jorge também buscou se diferenciar dos outros. O pedetista sustentou que o que o destacava dos adversários era que não trazia promessas, "mas experiências concretas da sua gestão em Canoas". Ele citou a redução de impostos e a desburocratização do licenciamento para novos empreendimentos.
Embora defenda medidas semelhantes às de Sartori - como as ações de ajuste fiscal -, Eduardo Leite disse que "é com desenvolvimento e geração de empregos que vamos incrementar a receita do Estado e sair da crise". Ele não só defendeu Parcerias Público-Privadas (PPPs) para fazer melhorias em rodovias, ferrovias e hidrovias, como também criticou o governo estadual por não ter feito tais PPPs.
Sartori - como cabe a todos os governadores que concorrem à reeleição - defendeu sua gestão. O emedebista garantiu que, em uma eventual recondução ao cargo, vai continuar com o plano de privatização de CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), Sulgás (Companhia de Gás do Rio Grande do Sul) e CRM (Companhia Riograndense de Mineração), "porque é necessário para ingressar no RRF".
Rossetto disse que "o Rio Grande do Sul está sendo vítima de dois governos, o de Sartori e o de (Michel) Temer (presidente, MDB)". Ele criticou os termos da adesão ao RRF e a falta de investimentos no Estado, além do parcelamento do salário dos servidores. Também se comprometeu com a retomada de uma agenda implementada pelos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 
 

Dois 'atritos' marcaram embate entre as candidaturas ao governo do Rio Grande do Sul

O primeiro debate com os candidatos ao governo do Estado, realizado nesta quinta-feira, teve pelo menos dois atritos mais contundentes, por assim dizer. Um deles aconteceu quando Mateus Bandeira (Novo) fez uma pergunta ao ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB) sobre aumento de impostos. O outro ocorreu quando o governador José Ivo Sartori (MDB) perguntou ao vereador Roberto Robaina (PSOL) como reduzir a burocracia do Estado.
Abrindo o bloco de perguntas de candidato para candidato, Bandeira - que é de Pelotas - questionou o conterrâneo Eduardo Leite: "Pretende aumentar impostos como fez em Pelotas (se referindo à revisão da planta do IPTU, promovida pelo tucano, quando era prefeito)?". Antes de começar a responder, Leite agradeceu a pergunta. Ao que Bandeira, ironizou: "Ficou nervoso?". O que gerou uma reclamação do tucano: "Atenha-se a falar no seu tempo". Ao prosseguir, Leite defendeu que a superação da crise financeira do Estado passa inevitavelmente pelo Regime de Recuperação Fiscal e que, além disso, é necessário estimular o desenvolvimento econômico para incrementar a receita gaúcha. O candidato do Novo não ficou satisfeito com a resposta. "O candidato não respondeu minha pergunta, mas sei que aumentou impostos em Pelotas, porque eu pago IPTU lá." Quando a palavra voltou a Leite, este retrucou objetivamente: "Revisamos a planta do IPTU em Pelotas para que quem possa pagar mais pague mais. O candidato (do Novo) talvez esteja incomodado, porque esteja construindo uma casa em uma área nobre, onde tem que pagar mais IPTU".
O outro conflito começou quando Sartori indagou Robaina sobre como reduzir a burocracia do Estado e melhorar a economia gaúcha. O candidato do PSOL foi incisivo: "(Para melhorar a economia), primeiramente, temos que acabar com a corrupção, que o seu partido, o MDB, não só conhece bem, como também pratica. Michel Temer (MDB) é o chefe de uma quadrilha. E o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB), é o braço direito dele. Então, o primeiro passo é varrer o MDB da política". Sartori lembrou que, em 2014, não apoiou a chapa liderada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), com Temer como vice. Ele apoiou Eduardo Campos (PSB), que faleceu durante a campanha, e Marina Silva (Rede). Robaina, entretanto, insistiu que Sartori e Temer são da mesma sigla.
Nas considerações finais, Sartori respondeu a Robaina, sem citá-lo. No início do debate, o candidato do PSOL havia dito que o governador não deu reajuste aos professores, mas aumentou os próprios subsídios. "Eu abri mão do aumento do meu salário", rebateu o emedebista, explicando que não teria tempo para responder a todos, mas que "gostaria de esclarecer essa fake news".