Vice da chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até que seja substituído pela gaúcha Manuela d'Ávila (PCdoB), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou, nesta quarta-feira, à rádio Guaíba, que "o vice é uma pessoa mais simbólica do que efetiva".
Haddad fez essa afirmação ao justificar a escolha do hoje presidente Michel Temer (MDB) para vice da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). "O Temer, até um determinado momento, se comportava como um deputado que poderia ocupar a posição de um vice decorativo. Nunca foi uma grande liderança no País", afirmou Haddad, acrescentando que "ninguém elege um presidente achando que o vice vai dar um golpe".
Segundo Haddad, até o atual candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, "diz que Temer fez um papelão ao apoiar o impeachment de Dilma". Haddad disse também que ninguém iria supor que o PSDB se aliasse a Temer para dar um golpe no País. "Em vez de condenar a atitude traiçoeira de Temer, vamos condenar Dilma por ter sido traída?", argumentou Haddad.
Dez minutos após essas declarações, Haddad foi questionado se imaginava Manuela em um papel decorativo. O petista respondeu com outra pergunta: se alguém acredita que Manuela seria capaz de dar um golpe no titular da chapa.
Haddad alegou ter usado de ironia para se referir exclusivamente ao fato de o próprio Temer ter se declarado um vice decorativo para justificar uma traição. O ex-prefeito também se valeu de uma pergunta para defender uma união com o pedetista Ciro Gomes no segundo turno: "Você vê a hipótese de Ciro apoiar o PSDB no segundo turno? Vê a hipótese de Ciro apoiar Bolsonaro?".