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Política

- Publicada em 02 de Agosto de 2018 às 01:00

Lula articulou ações que resultaram no isolamento de Ciro

Preso há 116 dias na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) coordenou os principais movimentos da pré-campanha até agora e conseguiu, antes mesmo do início oficial da disputa, isolar Ciro Gomes (PDT) e abrir espaço para uma candidatura mais competitiva do PT na sucessão de Michel Temer (MDB).
Preso há 116 dias na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) coordenou os principais movimentos da pré-campanha até agora e conseguiu, antes mesmo do início oficial da disputa, isolar Ciro Gomes (PDT) e abrir espaço para uma candidatura mais competitiva do PT na sucessão de Michel Temer (MDB).
Nos cálculos de Lula, a eleição será novamente polarizada entre direita e esquerda, e só há espaço para um nome de cada campo. Ciro seria o adversário direto do PT na competição por votos, principalmente entre os eleitores do Nordeste.
Desde meados de junho, o ex-presidente então articulou movimentos, executados pela cúpula do PT, que desidrataram antecipadamente a candidatura de Ciro. Como o substituto de Lula só será lançado a 20 dias da eleição, os petistas trabalharam para impedir que o ex-governador do Ceará ganhasse musculatura que o consolidasse como nome da esquerda antes que o herdeiro petista seja conhecido.
Lula mandou recados por interlocutores que o visitam frequentemente na prisão e deu aval para decisões terminativas da presidente de seu partido, Gleisi Hoffmann, para pelo menos cinco atos que reverberaram contra Ciro: sinalizou com a vice-candidatura do PT para Manuela d'Ávila (PCdoB) no momento em que o PCdoB era assediado pelo PDT; repreendeu governadores petistas que defendiam aliança com Ciro; assistiu ao PR, de Valdemar Costa Neto, levar o centrão para a órbita de Geraldo Alckmin (PSDB) em vez de fechar acordo com o PDT; e, em seguida, fez pesar sua relação familiar de anos na negativa do empresário Josué Alencar (PR) em ser vice do tucano.
Por fim, ontem, Lula teve participação direta na negociação que neutralizou o PSB na eleição nacional, afastando-o definitivamente de Ciro Gomes. As ações partidárias sobre PCdoB e PSB, foram coordenadas pari passu com Glesi, que visita o ex-presidente religiosamente toda semana.
Cotados como plano B caso Lula seja impedido de concorrer ao Planalto, Jaques Wagner e Fernando Haddad foram fundamentais na ponte com o PR.
O presidente do PR, Valdemar Costa Neto, queria apoiar Lula, mas avalia que o ex-presidente será barrado pela Lei da Ficha Limpa e não estará na urna em outubro. Inserido no centrão, jogou pela preferência lulista, reorientando tendências e sacramentando o primeiro revés para Ciro quando selou o apoio do bloco a Geraldo Alckmin.
Agora, dizem petistas que já admitem - mesmo que nos bastidores - uma eleição sem o ex-presidente Lula, o ideal é um vice com a cara do PT. E está aí a opção Manuela.
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