Em uma tentativa de superar a resistência de alguns vereadores ao pacote de 13 projetos do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), o diretório municipal do PP se reúne hoje na Câmara Municipal de Porto Alegre para discutir o apoio da bancada a todas as propostas - inclusive àquelas mais polêmicas, como a revisão da planta do IPTU, a retirada de direitos dos servidores públicos municipais e a criação de uma previdência complementar para o funcionalismo.
O presidente municipal do PP, Kevin Krieger, explicou que, no encontro de hoje, o vice-prefeito Gustavo Paim (PP) vai fazer uma apresentação aos vereadores sobre o impacto de cada proposta nas finanças do município.
"O vice-prefeito vai apresentar os projetos para os vereadores e os membros do diretório. É uma questão mais explicativa", explicou. Krieger também garantiu que a ideia não é interferir no voto dos vereadores que já se manifestaram contrários a algumas matérias - como, por exemplo, Ricardo Gomes (PP), que já declarou publicamente que vai votar contra o projeto do IPTU, pois este aumenta a alíquota para quase a metade dos porto-alegrenses. "O diretório não vai deliberar sobre como os vereadores devem votar", esclareceu o presidente do PP da Capital.
No ano passado, quando o texto com mudanças no IPTU foi enviado pela primeira vez, Marchezan já teve dificuldades em conseguir votos dentro da própria base aliada (que, aliás, é minoria na Câmara). Houve resistência entre os quatro vereadores do próprio PP.
Na ocasião, Cassiá Carpes (PP) e Mônica Leal (PP) avaliaram que não dava para votar o projeto do jeito que estava. Gomes, que ocupava a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, chegou a renunciar ao cargo por não concordar com as alterações no IPTU.
No ano passado, o projeto do IPTU foi rejeitado, e a prefeitura decidiu reapresentá-lo neste ano.