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Política

- Publicada em 18 de Junho de 2018 às 01:00

Polícia intima repórteres de jornal mineiro a revelar fonte de reportagem

A Polícia Civil de Minas Gerais intimou duas repórteres do jornal O Tempo a prestar depoimento como testemunhas em um inquérito aberto após requerimento da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), empresa estatal responsável pela exploração de nióbio. A estatal acusa um ex-funcionário de ter vazado documentos para o jornal que tratam da venda de ações e da contratação de empréstimos por meio da Codemig para sanar as dívidas do estado.
A Polícia Civil de Minas Gerais intimou duas repórteres do jornal O Tempo a prestar depoimento como testemunhas em um inquérito aberto após requerimento da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), empresa estatal responsável pela exploração de nióbio. A estatal acusa um ex-funcionário de ter vazado documentos para o jornal que tratam da venda de ações e da contratação de empréstimos por meio da Codemig para sanar as dívidas do estado.
No âmbito dessa investigação, a polícia intimou as jornalistas Angélica Diniz e Ludmila Pizarro para que elas reconhecessem esse ex-servidor ou indicassem quem teria fornecido as informações. Ao buscar a polícia, a Codemig anexou uma troca de mensagens entre Angélica e o presidente da estatal em que ela pede seu posicionamento sobre fatos que seriam publicados pelo jornal e diz a ele ter os documentos sobre o caso.
A Constituição assegura aos jornalistas o direito de não revelar de onde obtiveram informações para uma reportagem. Na última quinta-feira, as jornalistas prestaram depoimento à polícia e se recusaram a revelar suas fontes.
Em nota, o jornal O Tempo lamenta o que classifica como ação de intimidação e afirmou que "não recuará diante de ameaças à democracia". "O jornal O Tempo lamenta e repudia a tentativa do poder público de ferir um direito básico para o exercício do jornalismo. O direito de preservar o sigilo da fonte é garantido pela Constituição Federal. Fica evidenciada a ação para intimidar as repórteres Angélica Diniz e Ludmila Pizarro justamente quando essas por meio da prática do bom jornalismo traziam fatos relevantes sobre as negociações envolvendo a Codemig", afirma o texto.
Também por meio de nota, a estatal afirma que, no dia 11, realizou um protocolo de notícia-crime contra um ex-agente público no Departamento de Fraudes da Polícia Civil. "Foi solicitada a instauração de inquérito para apuração de indícios de conduta criminosa perpetrada contra a companhia."
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