O presidente Michel Temer (MDB) não seguiu recomendação de assessores e efetivou ontem, para o comando do Ministério da Defesa, o general do Exército Joaquim Silva e Luna. Com a decisão, é a primeira vez desde que a pasta foi criada, em 1999, que um militar ocupa o posto. Desde fevereiro, o general desempenhava a função de maneira interina, já que a intenção do presidente era encontrar um civil para o cargo. Com dificuldades de achar um nome, contudo, ele optou por uma solução caseira.
Em fevereiro, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), chegou a afirmar que a pasta é "típica de um civil". Em evento na mesma época, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que colocar um civil à frente da estrutura era, no passado, símbolo de qual poder prevalece no País.
O presidente havia sido aconselhado a escolher um nome civil que não passasse a ideia de fortalecimento dos militares em seu mandato. Temer tem dado aos militares o controle de áreas sensíveis de seu governo, com cargos na Fundação Nacional do Índio (Funai), na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), na Casa Civil.