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Opinião

Artigo

- Publicada em 26 de Maio de 2022 às 21:04

A lição de Weimar para Putin

Há pouco o embaixador Boris Bondarev se afastou do corpo diplomático russo na ONU, por discordar da determinação do presidente Vladimir Putin de invadir a Ucrânia em fevereiro deste ano. Por causa dessa guerra a Rússia vai rapidamente se transformando em um estado pária, como mostra a falta de convite para participar do Fórum Econômico Mundial em Davos, cidade na Suíça onde a antiga sede russa (Russia House), outrora palco de produtos, da história e da cultura do país, restou convertida em galeria de textos e imagens em que são denunciados os crimes de guerra perpetrados contra o território e o povo ucraniano.
Há pouco o embaixador Boris Bondarev se afastou do corpo diplomático russo na ONU, por discordar da determinação do presidente Vladimir Putin de invadir a Ucrânia em fevereiro deste ano. Por causa dessa guerra a Rússia vai rapidamente se transformando em um estado pária, como mostra a falta de convite para participar do Fórum Econômico Mundial em Davos, cidade na Suíça onde a antiga sede russa (Russia House), outrora palco de produtos, da história e da cultura do país, restou convertida em galeria de textos e imagens em que são denunciados os crimes de guerra perpetrados contra o território e o povo ucraniano.
Por outro lado, a ameaça da inflação, do desemprego e da escassez, como resultado da imposição de sanções internacionais, remete à revolução que não apenas precipitou o fim do Império Alemão e da Primeira Guerra Mundial, como também deu à Alemanha sua primeira experiência democrática com a República de Weimar, nome da cidade na qual em 1919 foi aprovada a Constituição que vigorou de fato até a ascensão de Adolf Hitler em 1933.
A experiência alemã representada por Weimar deveria servir de alerta a Vladimir Putin, pois menos do que bombardeios, críticas ou sanções internacionais, foram as manifestações populares, as greves nas fábricas e as deserções das tropas, provocadas pelo descontentamento geral de milhões de com a pobreza e as mortes, que catalisaram a deposição do governo e a mudança do regime.
Após mais de três meses de conflagração na Ucrânia, a renúncia do diplomata russo na ONU é o primeiro sinal de que a insatisfação com o governo, pelo que se sabe ainda circunscrita às manifestações de rua, começa talvez a penetrar no aparelho estatal, aumentando a pressão até o ponto em que Putin tenha novamente a oportunidade de decidir como deseja entrar para a História e, quem sabe, além de acabar com o conflito, viabilizar uma abertura verdadeiramente democrática, libertando os presos políticos e convocando eleições livres, diretas e justas.
Advogado
 
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