Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

Artigo

- Publicada em 09 de Maio de 2022 às 20:17

Porto Alegre, capital cultural

A Capital Federal hoje é terra do chorinho. Alguns chorões eram da velha capital, Rio de Janeiro, e mudaram para lá nos anos 1960, pois servidores públicos, e levaram com eles a arte cultivada pelo negro Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha. Seus herdeiros musicais conservam até hoje o bom gosto. Flauta. Sax. Clarinete. Bandolim. Cavaquinho. Violão. Pistão e Trombone com um solando ao ritmo do pandeiro.
A Capital Federal hoje é terra do chorinho. Alguns chorões eram da velha capital, Rio de Janeiro, e mudaram para lá nos anos 1960, pois servidores públicos, e levaram com eles a arte cultivada pelo negro Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha. Seus herdeiros musicais conservam até hoje o bom gosto. Flauta. Sax. Clarinete. Bandolim. Cavaquinho. Violão. Pistão e Trombone com um solando ao ritmo do pandeiro.
Choro é como chamavam os bailes populares. Palavra originária da contracosta. Concerto vocal que incluía a dança de xolo, em dia de S. João. Na parônima portuguesa evoluiu para xoro. Na cidade chegou como choro. Como por aqui já predominava diminutivo carinhoso, passaram a dizer chorinho.
Nas mesmas águas está Porto Alegre do Paralelo 30, por outro olhar que singra a Capital do Estado - terra do surgimento do Grupo Pau-Brasil em 1978 integrado por Bedeu (1946-1999), Alexandre, Leleco, Nego Luiz e Cy que executavam o ritmo do Suingue, Samba-Roock&Balanço. Quando leio na imprensa do centro do Brasil que a população do Rio de Janeiro e São Paulo querem sair de lá, principalmente pela insegurança, fico a pensar.
Imagino que aqui a situação ainda está em relativo conforto. Basta que o prefeito e o governador passem a investir mais neste quesito. Que o alcaide e o ocupante do Palácio Piratini sentem e dialoguem com a cultura. Exemplo: não promova demolição de espaços culturais como o Anfiteatro Porto do Sol e, sim, façam o restauro. Ajude aprimorar quadra dos Imperadores e Praiana como polo de atração turística. Concluam a sempre inacabada obra do Complexo Cultural do Porto Seco. Lembro da Casa de Samba Evolução (hoje extinta) na avenida Ipiranga. Grupos do ritmo Balanço existiam muitos. Mas o Senzala marcou.
O saudoso cantor Carlos Medina se destacava. O compositor Alexandre Rodrigues se notabilizou nacionalmente com a música Nega Angela que compôs em parceria com Serginho Meriti no Rio de Janeiro, terra do Bebeto, Álvaro, Dhema e do gaúcho Luiz Wagner que tocavam sambalanço. O compositor Bedeu (Jorge Moacir da Silva) é considerado o papa-do-suingue. Emplacou vários sucessos (Sossega Leão, Saudades do Jackson do Pandeiro, Não deu outra-esta em parceria com a Delma) e fez inúmeros seguidores a exemplo do Ultraman e do Xandelle. Com certeza Bedeu - o iluminado, Alexandre Nega Angela, Cy, Nego Luiz e Leleco Tum-Tum Telles - beberam do ritmo do candombe uruguaio, tango argentino, bem como levadas regionais, sem perder a vocação de sempre ouvir o Pai do suingue, Jackson do Pandeiro. Basta ouvir com atenção as composições Nega Olivia e Kid Brilhantina para balançar.
Ex-presidente do Conselho Estadual de Cultura
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO