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Opinião

Artigo

- Publicada em 14 de Março de 2022 às 03:00

Amor a Porto Alegre

Lamento que Porto Alegre tenha perdido o título de cidade mais arborizada do Brasil, pois hoje ocupa a quarta posição, atrás de Goiânia, Campinas e Belo Horizonte. Nossa cidade celebra 250 anos neste mês de março. Nasci na Colônia Africana. Sou negro com muito orgulho. Depois, o dardejar da especulação imobiliária levou meus pais ao agradável bairro Bom Jesus. Mais tarde, seguindo a religiosidade fui morar no alto do Morro Menino Deus, cuja paisagem é imbatível. Minha adolescência foi no adorável Centro Histórico. Em toda a territorialidade conheci jeito de sentir diferentes ares e perfumes do meu amor de cidade.
Lamento que Porto Alegre tenha perdido o título de cidade mais arborizada do Brasil, pois hoje ocupa a quarta posição, atrás de Goiânia, Campinas e Belo Horizonte. Nossa cidade celebra 250 anos neste mês de março. Nasci na Colônia Africana. Sou negro com muito orgulho. Depois, o dardejar da especulação imobiliária levou meus pais ao agradável bairro Bom Jesus. Mais tarde, seguindo a religiosidade fui morar no alto do Morro Menino Deus, cuja paisagem é imbatível. Minha adolescência foi no adorável Centro Histórico. Em toda a territorialidade conheci jeito de sentir diferentes ares e perfumes do meu amor de cidade.
Jovem, não perdia a Procissão dos Navegantes. Jogos do meu colorado nos Eucaliptos ou no Olímpico. O bonde era meu modal. Lá nos azuis vi jogar Pelé, Dorval, Coutinho, Edu, Lima e Mengálvio. A Praça Alto Bronze marcou gosto pela poesia. No meu Inter, Flávio Minuano, Florindo, Silveira, Bráulio, Chorinho e Gaspar.
Fui fiel ao Colégio e Igreja das Dores. O Hotel Majestic era nosso quintal em dias chuvosos. Cinemas de calçada. Cacique, Guarani, Imperial, Victória, Rex e Carlos Gomes. Os discursos longos de Brizola na sede do PTB na Praça da Alfândega me fizeram trabalhista de raiz. Nesta Praça também era acreditada a Feira do Livro local que até hoje autografo meus livros. Na av. Borges de Medeiros aprendi amar sua mais importante cultura. O Carnaval em seus desfiles apoteóticos. Sempre achei o Viaduto da Borges o mais lindo do mundo. Mercado Público e Feira Livre abasteciam toda cidade. O tempo passou e os vereadores me outorgaram Título de Cidadão Emérito.
Obrigado, meu Porto Alegre por permitir a glória de ter nascido aqui e contemplar flores e belas floristas na antiga Borges. Quando viajo por terra ou pelo ar sinto nó na garganta quando visualizo no horizonte seu sorriso em forma de curva refletida no espelho do Guaíba me abraçando o retorno. Lamento quando imagens que mais representam algemas queiram macular o meu horizonte lembrando objetos de torturas do tempo de escravização, querer simbolizar minha cidade. Não vejo diferenças ao libambo, pescoçeiras que litográficas e aquarelas de Debret e Rugendas registram, como ensina o professor José Rivair Macedo.
Meu símbolo como monumento cultural-histórico é a Igreja das Dores. Muito antes de mim, Sergio da Costa Franco também pensou assim e disse: "é uma igreja com história. Onde se dobraram joelhos ilustres. E onde chorou, piedoso e contrito, o povo simples, nas lúgubres cerimônias da Semana Santa. Uma igreja que vigiava de perto os enforcamentos (Obra Em paz com a Vida/Estande de Literatura ARI/Corag- Pág.119).
Advogado, escritor e ex-presidente do Conselho Estadual de Cultura
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