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Opinião

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- Publicada em 19 de Janeiro de 2022 às 14:12

Cadarços desamarrados

Dias atrás estive como espectador de um campeonato de futebol. Na ocasião, cumpria função paterna, uma vez que meu filho, goleiro de sua categoria, entraria em quadra. Antes de sair de casa, sempre lhe empresto algumas recomendações: não esqueça a caneleira, as luvas e dê dois nós nos cadarços! Tenho consciência de minha insistência com o último combinado. Minutos antes de entrar em quadra, em todos os jogos, tenho feito a mesma lembrança: amarre bem os cadarços.
Dias atrás estive como espectador de um campeonato de futebol. Na ocasião, cumpria função paterna, uma vez que meu filho, goleiro de sua categoria, entraria em quadra. Antes de sair de casa, sempre lhe empresto algumas recomendações: não esqueça a caneleira, as luvas e dê dois nós nos cadarços! Tenho consciência de minha insistência com o último combinado. Minutos antes de entrar em quadra, em todos os jogos, tenho feito a mesma lembrança: amarre bem os cadarços.
A bola rolava e o pai torcedor nessa hora, se continha, entre emoções e orientações para o time e seu goleiro. Porém, algo de errado estava acontecendo. A bola não rolava. O time, porém, estava leve e disposto a jogar. Culpei o juiz que apitava tudo. Mas logo percebi que as interrupções eram por culpa dos cadarços desamarrados. Nunca vi um jogo com tantos meninos e seus cadarços desamarrados. Cheguei a culpar o modelo das chuteiras. Ledo engano.
Passei a comparar o episódio visto com nossa trajetória de vida. Nem tanto pela situação fática do jogo, mas sim pelo aprendizado que essa cena ecoou, servindo de metáfora para infinitos olhares. Penso que a preparação e o processo escolhido para aquilo que nos envolvemos e nos determinamos, é muito mais valioso, por vezes, que o próprio resultado. Por óbvio, o que almejamos é a consecução de um ou mais objetivos, mas o aprendizado da trajetória, é uma verdadeira taça de campeonato que nos é entregue a cada novo passo dado. Nesse sentido, certas interrupções, por vezes necessárias, nos fazem rumar para outras estratégias.
O episódio de tantos cadarços desamarrados em um curto espaço de tempo, não infere sobre se ter ou não competência de amarrar bem os pisantes. A cena me demonstrou sobretudo, que quando os combinados são cumpridos, o processo fica mais claro e o jogo flui com certa normalidade.
Independentemente da quadra em que nosso jogo estiver ocorrendo, o processo e a preparação se fazem com as pessoas, e, são elas que fazem total diferença quando a bola estiver rolando. Até aqui, só preciso enaltecer meu goleiro, que continua a dar dois nós em seus cadarços.
Vice-diretor Administrativo do Colégio Marista Rosário Porto Alegre
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