Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 22 de Dezembro de 2021 às 21:34

Um homem diferenciado ainda entre nós

Quem será o homem diferenciado? Trata-se do Dr. Arnaldo da Costa Filho, que completou 99 anos de idade em setembro de 2021, e que se fez presente na celebração dos 50 anos de formatura dos alunos de Educação Física da Esef/Ufrgs.
Quem será o homem diferenciado? Trata-se do Dr. Arnaldo da Costa Filho, que completou 99 anos de idade em setembro de 2021, e que se fez presente na celebração dos 50 anos de formatura dos alunos de Educação Física da Esef/Ufrgs.
Na ocasião fui incumbido de dizer algumas palavras para homenageá-lo. Arnaldo, formado em Medicina pela Ufrgs, turma 1947, especializou-se em Traumatologia e Ortopedia, Medicina do Trabalho e Fisiatria. Nossos vínculos com o professor Costa Filho começaram na Esef/Ufrgs quando tivemos o privilégio de tê-lo como professor de Anatomia Humana, quando de fato aprendemos ossos, músculos e articulações do corpo humano.
Foi um homem e médico especial na profissão que elegeu, e, em 1948, foi um dos três médicos aprovados no primeiro curso de Medicina Aplicada à Educação Física e aos Desportos, da Faculdade Superior Estadual de Educação Física (fundada em 1940 e federalizada em 1969).
Nascido em Porto Alegre e depois de ter estudado no Colégio Militar, em 1942 ingressou na Faculdade de Medicina da Ufrgs. Ao longo da carreira, sempre esteve vinculado fortemente ao esporte. Atuou como médico em diferentes clubes da Capital, mas abro parêntesis para destacar sua passagem pelo Grêmio Esportivo Renner que foi campeão gaúcho em 1954, tendo como técnico o não menos saudoso professor Selviro Rodrigues da Silva, com quem tive o privilégio de conviver por mais de uma década no Instituto Porto Alegre (IPA) da Igreja Metodista de Ensino.
Neste período de nossas vidas tivemos convivência semanal naquela instituição: eu como coordenador de Educação Física na escola de primeiro e segundo graus, o Selviro como coordenador do ensino de segundo grau e o Dr. Costa Filho como médico da instituição que fazia avaliação dos alunos para autorizar a prática da Educação Física.
Naquele tempo as escolas deviam ter médicos para avaliar as condições de saúde de todos os alunos. Eles é que liberavam para a prática da Educação Física. Os três também atuávamos na Esef do IPA, eu como professor de Didática, Selviro como orientador dos trabalhos conclusivos de curso e o Costa Filho como professor da Anatomia Humana.
Poucos desportistas sabem que Costa Filho foi o primeiro médico profissional de um time de futebol do Rio Grande do Sul, no Grêmio Esportivo Renner, que em 1954 foi campeão invicto nos campeonatos Porto-alegrense e do Estado.
Na Esef/Ufrgs foi professor inovador quando introduziu aulas práticas feitas no Instituto Anatômico (vulgo Necrotério) da Faculdade de Medicina da Ufrgs. Poucos anos após, começaram os clubes no Rio Grande do Sul a contratar preparadores físicos com formação em Educação Física.
Foram muitas as contribuições de Costa Filho para conhecimento das origens das lesões meniscais do joelho. Ainda, aos 99 anos, tem participação ativa em diversas instituições médicas, inclusive participa ativamente da Academia Sul-Riograndense de Medicina.
Sugiro aos historiadores e todos aqueles que gostam de saber sobre nosso passado que leiam o livro de sua autoria Campereada da Memória. Todavia, como homem diferenciado, Costa Filho ainda participa do grupo cultural Médicos & Música da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), interpretando músicas de Lupicínio Rodrigues e nos brindou com as músicas por ele cantadas.
Costa Filho aos 99 anos é um homem de fala articulada, de raciocínio invejável, com saúde de dar inveja em qualquer cidadão que esteja na faixa dos 60 anos. Esbanja energia e vida. Como síntese final deste texto para homenageá-lo, só me resta dizer mais duas coisas. A primeira é agradecer o privilégio que tive de conviver com ele como meu professor e, posteriormente como colega de trabalho no IPA. A segunda, na minha modesta opinião, é que Porto Alegre ainda está em dívida com Arnaldo da Costa Filho por tudo que ele fez e ainda faz.
Quem sabe um Parque Esportivo com seu nome? Ou alguma homenagem pelos clubes de futebol gaúchos onde prestou seus serviços. Sou daqueles que pensa que devemos homenagear, sempre que possível, pessoas diferenciadas ainda com vida para que possam saborear o reconhecimento de seu povo.
A turma de formandos da Esef/Ufrgs de 1971 agradece o privilégio de desfrutar da companhia de Arnaldo da Costa Filho na celebração de 50 anos de formatura.
Professor
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO