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Opinião

- Publicada em 02 de Novembro de 2021 às 19:18

Fica Filosofia: na sala de aula!

A atual proposta da Secretaria de Educação de Porto Alegre visa a excluir a condição de disciplina à Filosofia no Ensino Fundamental das escolas públicas na Capital. Entre os argumentos apresentados supõe que, como disciplina, ela estaria isolada - sem considerar o sentido da milenar sabedoria filosófica, mãe de todas as ciências -, e que se aprenderia a pensar em todas as disciplinas - sem discernir o caráter especial da Filosofia em relação ao aprender a pensar e a viver. Por sua natureza, a Filosofia se relaciona com todas as áreas do conhecimento, e está na raiz da formação humana. Ela se faz presente nas mais decisivas situações do dia a dia, ensinando-nos a refletir e a agir de forma racional e prudente; a argumentar coerentemente e a questionar responsavelmente; a dialogar e escutar com empatia, respeitando as diferenças e contribuindo para que preconceitos sejam superados; a analisar problemas teóricos e práticos, elaborando soluções criativas e fundamentadas; a manter uma visão crítica e de conjunto, orientando-nos na superação de crises e desafios; a desenvolver virtudes e atitudes socialmente benéficas; a promover o autoconhecimento; a tornar a educação um caminho para darmos sentido à vida em direção à felicidade.
A atual proposta da Secretaria de Educação de Porto Alegre visa a excluir a condição de disciplina à Filosofia no Ensino Fundamental das escolas públicas na Capital. Entre os argumentos apresentados supõe que, como disciplina, ela estaria isolada - sem considerar o sentido da milenar sabedoria filosófica, mãe de todas as ciências -, e que se aprenderia a pensar em todas as disciplinas - sem discernir o caráter especial da Filosofia em relação ao aprender a pensar e a viver. Por sua natureza, a Filosofia se relaciona com todas as áreas do conhecimento, e está na raiz da formação humana. Ela se faz presente nas mais decisivas situações do dia a dia, ensinando-nos a refletir e a agir de forma racional e prudente; a argumentar coerentemente e a questionar responsavelmente; a dialogar e escutar com empatia, respeitando as diferenças e contribuindo para que preconceitos sejam superados; a analisar problemas teóricos e práticos, elaborando soluções criativas e fundamentadas; a manter uma visão crítica e de conjunto, orientando-nos na superação de crises e desafios; a desenvolver virtudes e atitudes socialmente benéficas; a promover o autoconhecimento; a tornar a educação um caminho para darmos sentido à vida em direção à felicidade.
A Filosofia une vida e sabedoria com um laço de amor. Com ela aprendemos a aprender, aliando o saber à construção de propósitos, habilidades e competências, fazendo do cuidado ético nas relações humanas um suporte para o exercício da cidadania no âmbito da democracia. Portanto, um verdadeiro "espaço filosófico" nas escolas, ao contrário da proposta supracitada, requer manter a Filosofia como disciplina curricular na sala de aula!
Excluir a Filosofia de tal condição é um ato que contraria a expectativa pedagógica de uma formação humana integral e eficiente. Isso privará as nossas crianças e adolescentes de uma educação realmente comprometida com a liberdade, a justiça, a paz e a sustentabilidade, para que não sejam tratadas como máquinas obedientes e não pensantes, e para que preservem a autonomia e a dignidade. O que está em jogo é a capacidade de criarmos alternativas para um futuro repleto de desafios à humanidade, e para isso o pensar reflexivo e o agir responsável são indispensáveis. Destinar uma condição secundária à Filosofia nas escolas é extinguir o sopro primordial da sala de aula na formação que os nossos filhos merecem.
Professor da Pucrs e Professora da Ufrgs
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