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Opinião

- Publicada em 14 de Julho de 2021 às 03:00

Transporte público: reinvenção contra a crise

Como numa tempestade perfeita, em poucos dias diversas companhias de transporte público de passageiros na Região Metropolitana chegaram ao ápice de suas crises. Se antes da pandemia, o setor já vinha sofrendo, a irrupção da Covid-19 e as limitações à locomoção urbana só vieram a agravar esse cenário, prejudicando os operadores desse serviço, seus trabalhadores e milhões de cidadãos que dele dependem para suas atividades diárias.
Como numa tempestade perfeita, em poucos dias diversas companhias de transporte público de passageiros na Região Metropolitana chegaram ao ápice de suas crises. Se antes da pandemia, o setor já vinha sofrendo, a irrupção da Covid-19 e as limitações à locomoção urbana só vieram a agravar esse cenário, prejudicando os operadores desse serviço, seus trabalhadores e milhões de cidadãos que dele dependem para suas atividades diárias.
Publicada recentemente, uma nota técnica da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) expôs com precisão esse grave momento, analisando os dados do setor entre março de 2020 e abril de 2021. No período, o prejuízo das empresas chegou a R$ 14 bilhões, com redução média de 40% no número de passageiros. Além disso, houve a interrupção do serviço de 25 operadoras de transporte público no País, 238 paralisações e demissão de mais de 75 mil trabalhadores.
Não bastasse isso, os hábitos dos consumidores mudaram ao longo dos últimos anos, com a chegada dos aplicativos de transporte. Por comodidade, conforto e menores valores, muitos passageiros migraram para esses serviços, reduzindo ainda mais a demanda. Com isso, muitas transportadoras tiveram de se socorrer do Poder Judiciário para tentar negociar suas dívidas, utilizando-se dos variados meios de reestruturação disponíveis na legislação.
Não há saída: o setor de transporte público precisa se reinventar, buscando fidelizar e recuperar os usuários perdidos nos últimos anos. Esse serviço é essencial à locomoção de milhões de brasileiros diariamente - e pode ser uma alternativa segura, eficiente e barata para todos. Para tanto, é necessário agir rapidamente, numa construção que deve envolver as empresas e os governos, buscando adequar-se à nova cultura de mercado presente.
Isso passa por agregar novas tecnologias, integração com diferentes modais e maior conforto ao passageiro, além de formas alternativas de financiamento do sistema.
Trata-se de um debate urgente. O transporte coletivo tem função social imprescindível. Seu colapso não significará prejuízos somente às empresas, mas para cidades e populações inteiras. Perderão o desenvolvimento, a educação, a saúde e a cidadania de todos. É hora de virar esse jogo.
Advogado
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