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Opinião

- Publicada em 02 de Julho de 2021 às 03:00

Transporte público em Porto Alegre

Vereador de Porto Alegre (Novo)
Vereador de Porto Alegre (Novo)
No filme Feitiço do Tempo (1993), Bill Murray (Phil Connors) acorda todos os dias no mesmo dia, num ciclo repetitivo e, aparentemente, sem fim. As discussões em torno do transporte público, que novamente voltaram à pauta aqui na cidade, tornam inevitável o comparativo ao filme: repetimos o diagnóstico de que o sistema está falido, mas não avançamos no que fazer para resolver isso.
Alguns pontos de partida já existem, como a revisão das isenções (Porto Alegre tem uma média de 31%, contra 18% observados no País), desobrigação dos cobradores (como é o caso de Campo Grande/MS, Maringá/PR e Joinville/SC) e a privatização da Carris - empresa que nos últimos 10 anos acumula mais de R$ 400 milhões em déficits. O grande dilema, porém, é o que fazer com relação ao contrato assinado em 2015.
É preciso reconhecer que não faz sentido um aluno da Pucrs, que paga integralidade da mensalidade, ter desconto de 50% na passagem de ônibus, enquanto o trabalhador que recebe um salário inferior a essa mesma mensalidade pagar a tarifa integral. Por sua vez, as empresas precisam reconhecer que para uma apreciação mais completa de suas demandas e críticas, precisam compartilhar as informações que detêm de forma mais detalhada e que facilitem a interpretação. Afinal, tomada de decisões sem informação tende a produzir resultados ruins.
Não é segredo para ninguém que o sistema de transportes do município enfrenta dificuldades. Nenhuma grande cidade sobrevive sem um sistema de transporte de massas. Não podemos, no entanto, desprender esforços para salvar o modal ônibus, alocando os recursos públicos de forma errática, sem pensarmos em uma reestruturação do sistema. Sabemos ainda que a solução não passa pela criação de pedágios urbanos, taxação de aplicativos ou de empresas pelo número de empregados. Não temos de beneficiar determinados grupos econômicos em detrimento da coletividade, tampouco amparar determinados grupos sociais que exercem maior pressão. É preciso garantir uma abertura do sistema, que a competição realmente possa existir e que o usuário seja o maior beneficiado.
Que prefeito, vereadores e empresas avancem no necessário debate e construam uma solução a curto prazo e resolutiva. Caso contrário, continuaremos pelos próximos anos repetindo o mesmo diálogo em que se debate o reajuste das tarifas e toda discussão que isso suscita.
 
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