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Opinião

- Publicada em 22 de Junho de 2021 às 15:34

Cidadão pensando em voz alta

Há ditado fronteiriço que assim soa: “Enquanto a cobra só morder os descalços e levar livre os de perneiras, nada muda na desigualdade social”.
Há ditado fronteiriço que assim soa: “Enquanto a cobra só morder os descalços e levar livre os de perneiras, nada muda na desigualdade social”.
Permitam-me o vitupério e a jactância. Há cerca de alguns anos a cidade e os vereadores, nos outorgaram por unanimidade honroso título de Cidadão Emérito.
Do alto desta responsabilidade passei a observar mais ainda, problemas recorrentes desta leal e valerosa (ou valorosa-vou pelo escrito no brasão) Cidade de Porto Alegre.
Ausência quase total de banheiros públicos.
Aprendi que se você não apresenta solução você faz parte do problema. No ano de 2014, em férias no Rio de Janeiro, observei na Praça Serzedelo Correia em Copacabana equipamento que chamou nossa atenção.
Mictórios públicos em aço inox. Dupla face. Um lado para os homens e outro para as mulheres.
Soube que o equipamento já existia com êxito em outras cidades do mundo.
A manutenção é simples, eficiente e eficaz. Resiste à pichação e outros vandalismos. Higiênico. Moderno. Até, ecologicamente regular, eis que ligado direto no esgoto. Para evitar mau cheiro, dispõe de válvula que bloqueia o retorno das galerias.
Caro leitor, sabe que é assunto que ninguém gosta de abordar. Desculpe ser escatológico no tema. Mas quando vejo os mictórios públicos da Praça Senador Florêncio (Alfândega) e do Viaduto Otávio Rocha (da Borges) quase esquina com a Rua Fernando Machado fechados, imagino a aflição de boa parte dos munícipes.
Falo não só em nome de quem pode ingressar em bares e restaurantes consumir algo e pedir para usar o equipamento, mas nos desassistidos socialmente aos quais sinto suas realidades. É aquela dor de impotência cuja cicatrização é difícil. Vazio existencial em sua essência. Por vezes devemos nos colocar no lugar do outro para traçar a sombra da inconsciência e, enfim, ver a luz afastando os fantasmas.
Cidadão Emérito de Porto Alegre, advogado e psicanalista
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