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Opinião

- Publicada em 18 de Junho de 2021 às 14:45

A era da pós-verdade

Schopenhauer disse que devemos conversar com o outro apenas sobre o que a pessoa domina. Mas isso o pensador defendeu há quase duzentos anos. Hoje existe a teoria da pós-verdade. Termo inventado em 1992 por Steve Tesich, quer dizer que uma pessoa emite uma opinião, desconsiderando os fatos objetivos. O maior exemplo de pós-verdade é o caso de um cidadão que todos conhecem. Depois de tudo que disse e fez, ainda ganhou a alcunha de mito e 57 milhões de votos.
Schopenhauer disse que devemos conversar com o outro apenas sobre o que a pessoa domina. Mas isso o pensador defendeu há quase duzentos anos. Hoje existe a teoria da pós-verdade. Termo inventado em 1992 por Steve Tesich, quer dizer que uma pessoa emite uma opinião, desconsiderando os fatos objetivos. O maior exemplo de pós-verdade é o caso de um cidadão que todos conhecem. Depois de tudo que disse e fez, ainda ganhou a alcunha de mito e 57 milhões de votos.
Os jornalistas são os profissionais que se acham em condições de emitir opinião sobre quaisquer assuntos. Imagina um homem de imprensa falando sobre futebol profissional, sendo que nunca sequer encostou numa bola, muito menos vestiu uma camiseta de time profissional numa decisão de campeonato, com estádio cheio. Isto é, pode até acertar nos comentários, mas vai ser por engano, sem querer.
Imagina alguém que nunca escreveu dizer a um escritor de 30 anos de carreira como se faz um livro! Imagina alguém que nunca trabalhou em jornalismo dizer a um jornalista como se faz o trabalho de assessor de imprensa! Imagina um brasileiro monolíngue ensinar expressões espanholas a uma uruguaia! Imagina pais e mães de alunos ensinarem a um professor quase se aposentando como se dá uma aula! É a velha história de ensinar o padre a rezar a missa.
São casos de pós-verdade. A pessoa não tem noção do que diz, mas fala da mesma forma, sem constrangimento para os absurdos que profere, até porque não sabe que são paradoxos. Apesar disso, os meios de comunicação cada dia mais querem ouvir o parecer de todos. Cada homem ou mulher poderá defender se devemos ou não tomar vacina, se devemos ou não privatizar o patrimônio público, qual escritor escolher como Patrono da Feira do Livro, de repente, no futuro, qual o melhor treinador da Seleção Brasileira de Futebol. Se bobear, são capazes até de fazerem uma votação popular para decidir se Deus existe ou não, se a alma é eterna, qual o sexo dos anjos, se existem efetivamente os anjos, as bruxas, os vampiros, os duendes, os unicórnios, o Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa etc. E sempre haverá especialistas para confirmar isso ou aquilo, sem estudo, sem cultura, sem base em nada, apenas no achismo, o que os filósofos da Antiguidade chamavam de doxa. Estamos na era da pós-verdade.
Professor
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