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Opinião

- Publicada em 17 de Maio de 2021 às 16:03

Afinal, o que é bitcoin?

Criada em 2009, pelo misterioso Satoshi Nakamoto, a bitcoin é a primeira e a mais conhecida criptomoeda do mundo. No entanto, dizer apenas isso não ajuda muito, pois muitas pessoas continuam a ter dificuldade para entender como funciona essa interessante tecnologia - em parte pelo altíssimo grau de inovação que a criptomoeda representou, mas também em parte pelo desconhecimento de certas noções de economia que seriam muito úteis nessa empreitada. Esse artigo pretende auxiliar nesse entendimento de forma simples.
Criada em 2009, pelo misterioso Satoshi Nakamoto, a bitcoin é a primeira e a mais conhecida criptomoeda do mundo. No entanto, dizer apenas isso não ajuda muito, pois muitas pessoas continuam a ter dificuldade para entender como funciona essa interessante tecnologia - em parte pelo altíssimo grau de inovação que a criptomoeda representou, mas também em parte pelo desconhecimento de certas noções de economia que seriam muito úteis nessa empreitada. Esse artigo pretende auxiliar nesse entendimento de forma simples.
Em linhas gerais, a bitcoin é uma forma de ativo, da mesma maneira que ações de uma empresa. É um ativo particular, no entanto, pois almeja ser moeda, tal qual dólar, libra ou euro, por exemplo.
De acordo com a teoria econômica, a moeda é conhecida por ser a liquidez por excelência - isto é, por ter capacidade de saldar imediatamente qualquer compromisso ou obrigação financeira. Para um ativo ser moeda é preciso que atenda as funções de ser (i) meio de troca, (ii) unidade de conta, (iii) reserva de valor e (iv) padrão de pagamento diferido no tempo. A bitcoin ainda não atende plenamente todas essas funções.
Ao contrário das moedas já conhecidas, a bitcoin é totalmente digital e não é emitida por nenhum governo. O seu valor é determinado apenas por sua oferta e demanda no mercado. Parece assustador? Inseguro? Parece, mas não é.
Dada a tecnologia de criptografia e a descentralização da moeda, nenhuma bitcoin pode ser confiscada. Além de poder movimentá-la pagando taxas geralmente menores das praticadas pelo mercado financeiro regular, é possível também fazer pagamentos por produtos e serviços em empresas como Amazon, Microsoft, Dell, Steam, Shopify e em muitas outras de menor porte, que atuam nas áreas de suplementos, bebidas, viagens e até veículos.
Engana-se quem pensa que a bitcoin só pode ser utilizada em trocas comerciais, pois com a valorização de mais de 575% desde abril do ano passado, ela tem sido cada vez mais utilizado como investimento para diversificar o patrimônio e se proteger contra ações governamentais que depreciam o poder de compra da moeda nacional.
No entanto, nem tudo são flores e é preciso ter atenção quanto a esse assunto - pois dado o seu mecanismo descentralizado de precificação - oscilações e correções consideráveis no preço são uma constante que o usuário precisa internalizar e entender como uma característica da própria criptomoeda.
Apenas para se ter uma ideia, no último dia 24 de abril de 2021, o preço da bitcoin caiu abaixo dos US$ 50 mil pela primeira vez desde o início de março. Na ocasião, a queda representou uma desvalorização de 22% em apenas uma semana. Se por um lado, para muitos usuários da criptomoeda essa desvalorização representou apenas uma chance de comprar ainda mais bitcoins, para usuários mais inexperientes as oscilações podem assustar e levar a decisões de venda precipitadas.
Saber o que é a bitcoin e como ele funciona em linhas gerais é apenas uma parte do caminho para começar a utilizá-la, pois é preciso saber como adquirir e onde guardá-la. Atualmente existem três maneiras de adquirir bitcoin: através da mineração, comprando em exchanges ou comprando diretamente de outras pessoas.
A mineração nada mais é que a resolução de um problema matemático. É por meio dela que as transações de bitcoin são confirmadas na internet e inscritas no blockchain. Um terceiro anônimo conectado na rede (chamado de minerador) é responsável por confirmar a transação de compra e venda do ativo entre dois agentes. Por meio de um computador com alta capacidade de processamento, que resolve um complexo problema matemático, o minerador valida as informações das partes e é remunerado com uma pequena fração de bitcoin por isso. A segurança do processo de validação se dá pelo fato de diversos mineradores estarem conectados à rede, competindo uns com os outros, e tentando resolver o problema matemático para receber o fruto dessa "mineração". Ao final, somente será remunerado aquele cujo equipamento de processamento conseguir resolver primeiro a equação.
As exchanges, por outro lado, funcionam como corretoras de criptoativos, elas são plataformas eletrônicas muito semelhantes aos bancos digitais e a corretoras de ações listadas nas bolsas. O trabalho delas é facilitar a compra, venda e troca de moedas digitais, por meio da conexão entre compradores e vendedores. Pelo serviço que prestam e por oferecerem certo nível se segurança para as transações, as exchanges cobram taxas que podem variar de empresa para empresa.
A terceira e menos conhecida modalidade de aquisição de bitcoins é a transação P2P, abreviação do termo em inglês peer-to-peer, que em português significa par-a-par. Nessa modalidade, um usuário interessado em comprar criptomoedas informa o valor ou quantidade desejada, e caso aceite a cotação do vendedor, faz o pagamento. O vendedor, por sua vez, espera este pagamento compensar e envia as bitcoins para o comprador. Como não tão conhecida, não existe a intermediação de uma corretora e nem sempre é fácil encontrar vendedores de bitcoin cuja reputação possa ser confirmada publicamente. Esta modalidade ainda não se popularizou no Brasil.
Ao contrário do que dizem os críticos das criptomoedas, a bitcoin representa um avanço nas relações comerciais e uma mudança de paradigma nas relações monetárias do Estado, que agora não detém mais a exclusividade da emissão monetária, embora ainda possua o mecanismo do curso forçado.
Por fim, mais importante do que a sedução pela valorização da criptomoeda, os interessados em entrar neste novo mundo precisam acreditar e entender os fundamentos do projeto da bitcoin. Uma correta compreensão dessa nova tecnologia passa pela ponderação de seus riscos, oportunidades e infinitas potencialidades.
Advogado
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