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Opinião

- Publicada em 14 de Maio de 2021 às 03:00

Carris - À espera de um debate

Criada em 1872, via decreto de Dom Pedro II, a Carris em 1928 foi privatizada, passando a ser administrada pela empresa norte-americana Electric Bond & Share, integrante do grupo General Electric. Em 1952, sucessivas greves e o desinteresse dos norte-americanos em manter o transporte por bondes levaram a Prefeitura a intervir na companhia.
Criada em 1872, via decreto de Dom Pedro II, a Carris em 1928 foi privatizada, passando a ser administrada pela empresa norte-americana Electric Bond & Share, integrante do grupo General Electric. Em 1952, sucessivas greves e o desinteresse dos norte-americanos em manter o transporte por bondes levaram a Prefeitura a intervir na companhia.
Em 1953, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre encampou a Carris. Nestes 148 anos de existência, a empresa operou bondes à mula, bondes elétricos, trolleybus (ônibus elétrico) e ônibus a diesel, sempre buscando modernizar-se. Pelo menos nos últimos 10 anos, no entanto, a empresa vem apresentando significativos prejuízos. O montante de repasses realizados pela Prefeitura Municipal com os impostos arrecadados dos cidadãos porto-alegrenses, entre 2011 e o final de 2021, chegará a meio bilhão de reais, em valores correntes.
Mais, a Carris eleva o preço da passagem para o cidadão porto-alegrense, pois a empresa possui custo por quilômetro rodado 21% superior à média das seis outras operadoras privadas. A tarifa da passagem de ônibus em Porto Alegre é calculada de forma a cobrir os custos de operação de todas as empresas que operam o transporte público coletivo, logo o custo mais elevado da Carris é repassado ao valor da passagem, onerando empresas, trabalhadores, estudantes, enfim, todos aqueles que pagam pela passagem.
Os recursos públicos são escassos e a sociedade não mais aceita criação ou aumento de impostos. No entanto, as necessidades de melhores e mais eficientes serviços públicos crescem, especialmente em períodos de crise como estamos vivendo. A maior dificuldade está em suas características de empresa pública, com uma legislação que dá pouca margem para a implantação de medidas de racionalização administrativa e adaptação em períodos de dificuldade. Isto se aplica a praticamente todas as atividades da companhia: recursos humanos, compras de serviços e insumos, entre outros.
Algo terá que ser feito, começando por um debate político honesto a respeito da real necessidade de Porto Alegre ser a única capital do País com empresa própria de operação de ônibus urbanos, e tudo indica que a melhor alternativa passa pela busca do setor privado, que dispõe de regras mais flexíveis e adequadas para a implantação de medidas que visem a busca da eficiência administrativa.
Secretária de Parcerias de Porto Alegre
 
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