O governo do Estado segue com seu plano de acabar com o maquinário público, vendeu a CEEE-D e se aproxima de Procergs, Corsan e Banrisul. A PEC 280, de origem da base aliada, quer acabar com o plebiscito para privatizações. Com o Banrisul, por exemplo, traria impactos seríssimos à população gaúcha.
O banco sendo público, permite que a ferramenta esteja próxima à administração, sendo possível a operação de políticas públicas que impactam a vida de milhares de gaúchos, contribuindo para o desenvolvimento, como por exemplo linhas de microcrédito com condições favoráveis, dinamizando o comércio.
O Banrisul é um banco regional. Possui agências em quase todos os municípios do Rio Grande do Sul e, em muitos, é a única agência bancária. Isso lhe dá capilaridade, inteligência do sistema produtivo e capacidade de investir nas potencialidades regionais. A privatização do Banrisul acaba com isso.
O Banrisul é um banco lucrativo, e muito. Ano passado, apresentou um lucro líquido de R$ 824 milhões. Esqueça aquele discurso de o Estado deixar de gastar com empresas para gastar em saúde e educação. O Banrisul é quem financia o Estado, a saúde e a educação. Um exemplo é o caso da governadora Yeda Crusius (PSDB, 2007-2010), que vendeu as ações do Banrisul. Desde lá, o Estado deixou de receber mais recursos de dividendos destas ações do que o valor da sua venda. A venda das ações do Banrisul não aliviou a crise do Estado, a agravou, pois ficou sem o patrimônio e sem a renda.
A crise gaúcha está em outros lugares. O acordo desastroso da dívida feita entre Antonio Britto e FHC e a enorme isenção fiscal a grandes empresas para citar alguns. Sem atacar estes problemas de fundo, Eduardo Leite (PSDB) vende patrimônio para custear o dia a dia, desta vez atacando o imponente banco de 93 anos que ajudou a construir o Rio Grande. Não podemos deixar que esta tragédia aconteça por governantes sem capacidade de enfrentar os problemas verdadeiros.
Deputado estadual (PT), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público