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Opinião

- Publicada em 15 de Abril de 2021 às 03:00

Covid-19 e a superioridade ilusória

Matheus Becker Freitas
A superioridade ilusória é um conceito usado na Psicologia para descrever uma condição em que uma pessoa superestima suas próprias habilidades em relação às habilidades de outras pessoas. Você deve estar se perguntando o porquê de eu estar falando disso, certo? Aplica-se bastante ao que estamos vivendo em relação à Covid-19.
A superioridade ilusória é um conceito usado na Psicologia para descrever uma condição em que uma pessoa superestima suas próprias habilidades em relação às habilidades de outras pessoas. Você deve estar se perguntando o porquê de eu estar falando disso, certo? Aplica-se bastante ao que estamos vivendo em relação à Covid-19.
No início da pandemia no Brasil, afirmou-se que ela produzia sintomas mais severos em idosos e em indivíduos com comorbidades prévias. Isso levou os jovens a um sentimento de que com eles nada aconteceria: eram imunes ao vírus.
No entanto, à medida que o tempo foi passando, surgiu a variante conhecida como P.1, que foi resultado do descaso da população com a situação crítica vivida (mostrada nas imensas aglomerações no País), do negacionismo patente de certas autoridades e da demora em negociar a compra das vacinas contra a Covid-19. Esses fatores somados resultaram em um sentimento que vemos em todos hoje: o medo.
Afinal, o que é uma variante? Ela surge quando um microrganismo, nesse caso o vírus, sofre mutações. No caso do coronavírus, essa mutação apareceu na principal proteína do vírus - "Spike". Ela é a responsável por permitir que o vírus entre nas células e consiga se multiplicar. E quanto mais o vírus se multiplica, maior a chance de surgirem novas mutações.
A mutação P.1 promoveu mudanças nessa proteína, que fizeram com que ele conseguisse entrar nas células de forma mais eficiente e, com isso, mais pessoas serão infectadas, contribuindo para a disseminação maior do vírus.
E como isso tudo se relaciona com os jovens? Nesse momento, indivíduos de faixas etárias entre 20 e 50 anos sem comorbidades estão precisando de atendimento em UTIs. E as UTIs estão ficando sem vagas: o sistema de saúde todo está entrando em colapso. Nesse caso, devem-se abrir mais leitos, certo? A solução não é tão simples assim, pois há a necessidade também de mais profissionais da área da saúde para atender os doentes.
E os profissionais da saúde estão esgotados, alguns se infectando novamente com essa nova variante do coronavírus: quanto mais profissionais infectados, menos trabalhadores teremos para atender os casos.
Como amenizar isso? Seguindo as regras claras: evitar aglomerações, usar máscaras, lavar as mãos, usar álcool gel. A vacinação está demorando, mas ela está vindo. Portanto, para evitar que novas variantes surjam, o apelo continua: fica em casa!
Biomédico, professor da Estácio-RS
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