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Opinião

- Publicada em 06 de Abril de 2021 às 17:02

A má gestão das vacinas

Em meio a uma pandemia que completa um ano, experimentamos sucessivos atos de governo que foram na contramão do interesse público. Quando se está diante de um problema de saúde pública, nada é mais importante do que termos um conjunto de ações coordenadas pelo governo federal, associadas às estaduais e municipais, cada qual no âmbito de suas respectivas competências. Lamentavelmente, convivemos com uma série de atos contraditórios, de ruptura dos entes federativos e de discursos que tensionaram as relações existentes na sociedade.
Em meio a uma pandemia que completa um ano, experimentamos sucessivos atos de governo que foram na contramão do interesse público. Quando se está diante de um problema de saúde pública, nada é mais importante do que termos um conjunto de ações coordenadas pelo governo federal, associadas às estaduais e municipais, cada qual no âmbito de suas respectivas competências. Lamentavelmente, convivemos com uma série de atos contraditórios, de ruptura dos entes federativos e de discursos que tensionaram as relações existentes na sociedade.
O processo de vacinação da Covid-19 deveria estar acima de toda e qualquer discussão política e ideológica. Não se trata aqui de debater o tratamento precoce, o uso da cloroquina ou de qualquer outro fármaco. A vacina, produzida por diferentes laboratórios, dentre eles o Instituto Butantã e a Fiocruz, sempre foi a prioridade de 2020, quando ainda vivíamos a fase de negociação dos imunizantes, como hoje, em um momento em que os diferentes países já aplicam em boa velocidade as vacinas em seus cidadãos. A lei do mercado é simples: quem compra antes, recebe antes. Quem deixa para depois, se submete à ordem de preferência da fila. O governo brasileiro postergou suas encomendas, quando tinha o dever, em função de suas peculiaridades, de se antecipar às suas necessidades de hoje.
Atualmente, já compramos vacinas suficientes para imunizar a nossa população. Entretanto, convivemos com o imponderável fator tempo, na medida em que as doses só serão disponibilizadas ao longo do ano. O governo federal, em nome do sempre eficiente Plano Nacional de Imunização (PNI), não autoriza que estados e municípios adquiram por conta própria as vacinas, sob pena de requisição compulsória. Com isso, todos dependemos da eficiência de quem tinha o dever de liderar o processo, mas que, ao falhar, faz com que todas as estruturas administrativas também fracassem em relação às suas responsabilidades.
Enquanto convivermos com incertezas, seja em relação à doença ou ao ritmo da vacinação, todos sofreremos, incluindo o comércio, prestadores de serviços, as famílias e a sociedade em geral.
Todos os pesquisadores afirmam que só a vacinação em massa será capaz de restabelecer o “velho normal”. E em nome dessa ampla imunização, questionamos: não seria o caso do governo federal, em acordo com os demais entes federativos e com a própria iniciativa privada, liberar a compra responsável dos imunizantes por terceiros, sem confiscos, permitindo, mediante critérios, a vacinação regionalizada? Ou será que a vaidade, uma vez mais, haverá de suplantar o interesse maior da população?
Pós-Doutor em Democracia e Direitos Humanos
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