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Opinião

- Publicada em 31 de Março de 2021 às 03:00

E se ainda tivéssemos o Lafergs?

Mirgon Kayser
Nesse mês de março em que enfrentamos o momento mais agudo da pandemia do coronavírus, nós, gaúchos e gaúchas, ainda fomos pegos de surpresa com a ofensiva do governo Eduardo Leite (PSDB) em abrir caminho para a privatização do Banrisul, da Corsan e da Procergs.
Nesse mês de março em que enfrentamos o momento mais agudo da pandemia do coronavírus, nós, gaúchos e gaúchas, ainda fomos pegos de surpresa com a ofensiva do governo Eduardo Leite (PSDB) em abrir caminho para a privatização do Banrisul, da Corsan e da Procergs.
Além do momento equivocado para se fazer esse debate (ou talvez escolhido de propósito), o governador descumpre uma das promessas mais fortes que fez durante sua campanha: não privatizar a água dos gaúchos.
Seguimos um caminho obscuro de privatizações e extinções que na maioria dos casos só atende aos interesses de conglomerados econômicos e não encontra defesa fora dos dogmas ideológicos do neoliberalismo, para quem os recursos naturais, o crédito e o desenvolvimento de tecnologia não podem ser públicos, pertencer à humanidade.
Os dogmáticos do neoliberalismo só encontram valor naquilo que alguém pode usar como fonte de acumulação de capital. Para eles, a função pública coletiva é algo de sentido secundário ao atendimento de demandas de mercado e que soa como uma piada quando se diz que determinada ação não deve objetivar lucro, mas progresso humano.
O desmonte é uma palavra de ordem. Se puder vender, melhor. Se não puder vender, se extingue. Durante o governo de José Ivo Sartori (MDB), uma série de estruturas públicas de enorme importância para o nosso Estado foram extintas, fechadas ou desmontadas.
Uma delas foi o Laboratório Farmacêutico do Estado do Rio Grande do Sul (Lafergs) - cujos laboratórios tinham capacidade de produzir em torno de 350 milhões de unidades de medicamentos por ano.
Se ao invés de optar pelo desmonte, os governos gaúchos tivessem resolvido os entraves para recolocar o Lafergs em pleno funcionamento, teríamos hoje um laboratório pronto para auxiliar o Butantan e a Fiocruz na produção de doses a partir do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) importados de AstraZeneca e Sinovac, ou mesmo de processar as doses eventualmente compradas pelos consórcios de prefeituras e Estado.
O Rio Grande do Sul poderia não apenas garantir de forma mais ágil a vacinação dos mais de 11 milhões de gaúchos e gaúchas, mas auxiliar na aceleração da vacinação brasileira e do Mercosul, se colocando na pequena vanguarda de laboratórios na América Latina no combate a mais aguda e grave crise sanitária do nosso século ou do século passado.
Nunca fomos tão certeiros quando dizíamos que privatizar podia fazer mal à saúde quanto pode se ver agora.
Secretário de Organização do PT/Porto Alegre
 
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