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Opinião

- Publicada em 30 de Março de 2021 às 03:00

Democracia intubada!

Luiz Pereira Lima
Acobertados pela palavra ciência, políticos e membros do Judiciário têm vulgarizado sua etimologia. Talvez desconheçam que ciência não tem ideologia e cientistas são indivíduos "uni-dimensionais", na visão de Rubem Alves, pois cegos em relação a outros objetivos que não executar e provar com as rígidas regras de seus jogos. É um jogo sem emoção. Agora ouve-se à exaustão: seguiremos a ciência! Que ciência? A do Judiciário, cuja emoção tem superado a razão? Os verdadeiros cientistas capturam objetos físicos, transformando-os na linguagem de números, mas são incapazes de capturar relações afetivas. Nosso Judiciário quer provar o que não pode ser avalizado por nenhum cientista de escol.
Acobertados pela palavra ciência, políticos e membros do Judiciário têm vulgarizado sua etimologia. Talvez desconheçam que ciência não tem ideologia e cientistas são indivíduos "uni-dimensionais", na visão de Rubem Alves, pois cegos em relação a outros objetivos que não executar e provar com as rígidas regras de seus jogos. É um jogo sem emoção. Agora ouve-se à exaustão: seguiremos a ciência! Que ciência? A do Judiciário, cuja emoção tem superado a razão? Os verdadeiros cientistas capturam objetos físicos, transformando-os na linguagem de números, mas são incapazes de capturar relações afetivas. Nosso Judiciário quer provar o que não pode ser avalizado por nenhum cientista de escol.
Ganhar eleição no Brasil não significa governar. Ao contrário, perdedores inconformados, utilizam um Judiciário, cujas sentenças mascaram decisões políticas.
Exemplo típico foi a interrupção recente da "ferrogrão", que traria bilhões de reais ao País, interrompida pelo STF, em decisão de um homem só, que não teve um voto sequer dos brasileiros.
Assim a democracia dispneica agoniza, pois Justiça e ideologia não combinam, não havendo enzima capaz de mitigar esta reação. O último julgamento patrocinado pela mais alta corte, quando da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, eviscera o supramencionado. Por primeiro, mas não o principal, foi a surpreendente - para alguns - mudança de opinião de um dos julgadores.
O mais notável dos juízes, no sentido de se fazer notar, não o mais brilhante, perdeu o decoro atirando grosserias ao novel da corte. O menosprezo ao novo ministro, após tê-lo chamado de covarde, chegou aos píncaros, quando, em alto e bom som, bradou "nem no Piauí", terra natal do mesmo. Lastimável, como exemplo máximo de educação e civilidade, deveria ser o comportamento do mais alto grau da justiça brasileira.
Todavia, estarrecedor foi o voto emocionado do ministro! Como no poema de Guimarães Rosa, "o pranto jorrou-me em ondas", com lágrimas públicas dedicadas ao advogado do réu por parte do julgador. O juiz ingeria água a todo momento, não para hidratar-se, mas para amenizar o efeito da adrenalina, hormônio atirado na corrente sanguínea aos borbotões. É o hormônio do medo e da vergonha. Mais do que pacientes com Covid, quem está intubada é nossa democracia agonizante suplicando oxigênio!
Professor de Medicina
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