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Opinião

- Publicada em 24 de Março de 2021 às 14:50

Porto Alegre e seus 249 anos

No dia 26 de março, Porto Alegre completa 249 anos. Em 1740, Jerônimo de Ornellas se tornou sesmeiro do Império. Ele tinha um grupo de 100 madeirenses como ele. Em 1752, chegaram os 60 casais açorianos. Ficaram aqui jogados por 20 anos, na vã esperança de irem para as Missões.
No dia 26 de março, Porto Alegre completa 249 anos. Em 1740, Jerônimo de Ornellas se tornou sesmeiro do Império. Ele tinha um grupo de 100 madeirenses como ele. Em 1752, chegaram os 60 casais açorianos. Ficaram aqui jogados por 20 anos, na vã esperança de irem para as Missões.
Pouco se sabe de nossos indígenas, supostamente guaranis. Havia, isto havia: Gravataí foi Aldeia dos Anjos. Em 1772, por uma provisão régia, viramos Freguesia em 26 de março. 249 anos depois de nossa "fundação", vivemos o drama de todos: a pandemia. Não vai ter baile na Redenção nem no Gasômetro. Nem vai ter ajuntamento em Ipanema. Saudações por vídeo, papos no facebook e outras mídias nos irmanarão.
"Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso. Tempo, tempo, tempo, tempo. Quando o tempo for propício. Tempo, tempo, tempo, tempo". Sigo a voz de Caetano e minhas lágrimas impedem-me de uma saudação, pois amigos (as) que perdi para o maldito vírus não saem de meu radar, e a cabeça lateja.
Queria falar da velha Rua da Praia, dos tempos dourados da Praça de Alfândega, das sessões de sábados à meia noite, dos papos-cabeça no Largo dos Medeiros, do flerte com a Esquina Maldita.
Queria falar do Lunara que com suas fotos deixou a marca dos negros, que tantos fizeram de tudo para não falar, para apagar, para mandar para a periferia. Por ele, vejo negros no Mercado e lavadeiras no Guaíba.
A cidade a gente vai arrumar, peleio por ela a vida toda, mas a morte atropela e leva nossos entes queridos, para nunca mais voltar. Cabem as lembranças. Este será o ano das lembranças. Neste mundo cibernético, de estar em todos os lugares, os barcos do Guaíba também viram lembranças de um rio que é lago. E neste mundo da Internet ficam as imagens, das festas que já tivemos, seja em casa ou na Festa de Navegantes. Seja numa igreja ou num terreiro. Que sejamos um Lunara que clicou e deixou a marca dos que fizeram a cidade: os negros, os açorianos, os madeirenses, os portugueses, os espanhóis, os indígenas, os tropeiros, os alemães, os italianos e tantos e tantos outros.
Ninguém pode apagar que somos uma das cidades mais multifacetadas do País. Ninguém apagará nossos erros e nossos apagamentos, pois ensinam a não repetir o erro.
Escritor e consultor
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