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Opinião

- Publicada em 25 de Fevereiro de 2021 às 03:00

Petrobras: problema é o dono, não o presidente

Todo grande erro tem uma origem. No caso da Petrobras, ele reside na própria essência da companhia. Desde que o presidente da República decidiu substituir o economista Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna no comando da estatal, a gritaria foi geral.
Todo grande erro tem uma origem. No caso da Petrobras, ele reside na própria essência da companhia. Desde que o presidente da República decidiu substituir o economista Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna no comando da estatal, a gritaria foi geral.
Os liberais que votaram em Bolsonaro o acusam de repetir a equivocada intervenção Dilmista - e não deixam de estar certos. Uma companhia desse porte, com ações negociadas inclusive no exterior, precisa seguir regras de governança. É uma questão de respeito com os acionistas, que por óbvio buscam o lucro. Violar uma regra básica do mercado tem custos e a Petrobras sentiu isso no pregão da última segunda-feira, quando seu valor de mercado caiu 20%.
A atitude do presidente acaba dando chance para oportunismos. É o caso de um juiz federal de primeira instância, que resolveu conquistar minutos de fama e impor a Bolsonaro o prazo de 72 horas para que ele explique a indicação de Silva e Luna. Com todo o respeito que o magistrado de Minas Gerais merece, mas Bolsonaro recebeu mais de 57 milhões de votos para governar e, por mais que se discorde de determinadas decisões, ele tem legitimidade para isso.
Penso, porém, que a discussão sobre o futuro da maior empresa brasileira não pode permanecer na planície histérica que o debate político se tornou nos últimos anos. As mexidas presidenciais na estatal não são de hoje, assim como seus reflexos no mercado.
Em entrevista recente, o conselheiro da Petrobras Marcelo Mesquita relembrou que, em média, os presidentes da companhia permanecem 1 ano e 7 meses no cargo. Bolsonaro, portanto, apenas seguiu aquilo que seus antecessores fizeram. Essa troca constante só ocorre porque a Petrobras é uma empresa estatal, controlada pelo governante de plantão. Independentemente de partido ou matiz ideológica, nenhum presidente resistiu à tentação de impor as suas vontades ao comandante da companhia. E sempre que houve ruído entre eles, teve troca.
Para resolvermos de uma vez por todas o problema, só há uma saída: a privatização. O Estado, no sentido amplo da palavra, dá diárias demonstrações de que não é um bom empreendedor.
Em um ano de recomeço, bem que governo e Congresso poderiam avançar nas privatizações e matar pela raiz os problemas da Petrobras e de tantas outras estatais, que prestam serviços caros, ineficientes e ainda servem de cabides de emprego.
Produtor rural e ex-vice-governador do Estado
 
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