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Opinião

- Publicada em 10 de Fevereiro de 2021 às 03:00

As águas perigosas do Mar do Sul da China

Nos últimos dias, subiu a temperatura no Mar do Sul da China. Logo após a posse de Joe Biden como o novo presidente dos EUA, um porta-aviões americano navegava em águas internacionais, na região do mar, antes ainda do anúncio chinês de exercícios militares na região.
Nos últimos dias, subiu a temperatura no Mar do Sul da China. Logo após a posse de Joe Biden como o novo presidente dos EUA, um porta-aviões americano navegava em águas internacionais, na região do mar, antes ainda do anúncio chinês de exercícios militares na região.
O porta-aviões americano é o USS Theodore Roosevelt, que pertence à Sétima Frota americana. A tensão sino-americana vem de muitos anos. Lembramos ainda que foi justamente o Biden, como vice de Obama, que auxiliou na política externa conhecida como o "pivot estratégico", que tirava a centralidade da ingerência americana no Oriente Médio, realocando as forças e os investimentos à região Ásia-Pacífico, logo, a tensão marítima com a China não é herança de Trump, como alguns especialistas imaginam.
Também conhecido como a "garganta do pacífico", o mar se estende desde Singapura e o Estreito de Malaca, ao sul, até Taiwan e seu estreito, ao norte, sendo umas das linhas marítimas de maior circulação global, não apenas de mercadorias, mas rota fundamental para o trânsito de petróleo à Ásia. O mar, em seus arquipélagos, é considerado uma grande reserva de hidrocarbonetos. A China reclama hoje o domínio quase absoluto das águas, incluindo as internacionais. Os países banhados pelo mar são: China, Taiwan, Vietnam, Filipinas, Malasia, Brunei, Indonesia, Singapura e Tailândia. Muitos especialistas colocam o Mar do Sul da China como um dos epicentros geopolíticos do século XXI, por todas as suas características estratégicas.
Ao mesmo tempo que reivindica para si a quase totalidade do mar, a China vem, ano a ano, fazendo pesado investimento em suas forças armadas. Tradicionalmente, a China tinha uma Marinha praticamente costeira. Foram nos últimos anos, em seu desejo de expansão global, que novos instrumentos militares deram à China uma Marinha de longo alcance, com a adoção de submarinos nucleares, porta-aviões e tecnologia própria de caças. Com o apetite desenfreado por parte da China, o sinal vermelho está aceso há tempo. Grandes potências temem o avanço, uma vez que há um alto grau de dependência comercial, dos produtos que passam pelo mar com destinos globais, pelos estreitos. Esse avanço marítimo chinês tem garantido tensões em águas internacionais com outras potências, entre elas os EUA e seus aliados, no que pode ser o conflito marítimo do século.
Consultor de Relações Internacionais
 
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