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Opinião

- Publicada em 29 de Janeiro de 2021 às 15:30

A pandemia que não tem vacina

No Brasil de extremos, a violência contra as mulheres se tornou uma bandeira ideológica. Como se apenas um grupo de pessoas tivesse autoridade para falar sobre o machismo, desconsiderando que os casos de agressões não escolhem raça, classe social ou mesmo nível de escolaridade.
No Brasil de extremos, a violência contra as mulheres se tornou uma bandeira ideológica. Como se apenas um grupo de pessoas tivesse autoridade para falar sobre o machismo, desconsiderando que os casos de agressões não escolhem raça, classe social ou mesmo nível de escolaridade.
Os números são estarrecedores: de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), pelo menos 648 mulheres foram assassinadas no Brasil por motivação relacionada ao gênero somente no primeiro semestre de 2020.
Em um ano de pandemia do coronavírus, em que mulheres foram obrigadas a conviver mais tempo com seus agressores, a epidemia do feminicídio se tornou ainda mais evidente. Enquanto se discute a eficácia do tratamento precoce para a covid-19, pouco se avança no combate à violência de gênero. Estamos longe de uma vacina que nos deixe em segurança de homens que se sentem donos dos nossos corpos e acreditam ter direito de nos agredir até às últimas consequências.
Para ilustrar essa triste realidade, somente entre os dias 24 e 25 de dezembro do ano passado, quase que simultaneamente, em cidades diferentes, seis mulheres, mães, foram assassinadas pelo marido ou ex-companheiro.
O último estágio da violência gera impactos em toda a família e atinge especialmente as crianças. Como impedi-los? Denunciando. Expondo seus perfis de comportamentos e mostrando para essas mulheres que elas não estão sozinhas.
Não podemos silenciar diante de tanta brutalidade e, tampouco, sermos coniventes com a impunidade. Precisamos reagir e cobrar medidas efetivas para o fim da violência contra as mulheres em nosso país.
Não basta formar meninas que exijam seus direitos, é fundamental educar as novas gerações de meninos para que eles reconheçam a igualdade como base sólida de seus relacionamentos e contribuam para a superação de preconceitos.
Não há imunização, mas pode existir tratamento. E eles começam quando entendemos que todas estão sujeitas ao risco. Não importa as preferências políticas. Basta apenas ser mulher.
Jornalista
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