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Opinião

- Publicada em 18 de Janeiro de 2021 às 03:00

O mesmo do "velho normal econômico"?

O presidente Jair Bolsonaro delegou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a articulação de uma agenda econômica centrada na redução do papel do Estado na economia e na "mão invisível" do mercado, condições imprescindíveis, segundo o governo, para a economia brasileira presenciar um ciclo virtuoso de crescimento. Assim sendo, em 2019 o ministro reduziu os gastos públicos, retomou o processo de privatizações e editou a Medida Provisória de Liberdade Econômica, visando dinamizar o liberalismo de mercado. Ao final daquele ano, todavia, a prosperidade econômica não veio: a taxa média de desemprego foi de 11,9% e o PIB cresceu tão somente 1,1%.
O presidente Jair Bolsonaro delegou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a articulação de uma agenda econômica centrada na redução do papel do Estado na economia e na "mão invisível" do mercado, condições imprescindíveis, segundo o governo, para a economia brasileira presenciar um ciclo virtuoso de crescimento. Assim sendo, em 2019 o ministro reduziu os gastos públicos, retomou o processo de privatizações e editou a Medida Provisória de Liberdade Econômica, visando dinamizar o liberalismo de mercado. Ao final daquele ano, todavia, a prosperidade econômica não veio: a taxa média de desemprego foi de 11,9% e o PIB cresceu tão somente 1,1%.
Em 2020, devido à Covid-19, a agenda econômica "guedesiana", depois de algumas resistências por parte das autoridades econômicas, foi obrigada a mudar os rumos devido aos impactos do lockdown sobre a economia. Para tanto, foram implementadas políticas fiscais e monetárias contracíclicas - tais como o programa de renda emergencial temporária, a redução da taxa Selic (2,0%) e a liberação de crédito para capital de giro para micro, pequenas e médias empresas, entre outras medidas -, que totalizaram um montante de 9,0% do PIB. As referidas medidas, não evitaram a recessão econômica - as estimativas são de que a taxa de desemprego e o PIB tenham fechado o ano em 15,0% e - 4,5%, respectivamente -, porém atenuaram substancialmente os efeitos da pandemia sobre a economia; não é demais lembrar que o Fundo Monetário Internacional, em um de seus World Economic Outlooks, previa uma queda do PIB brasileiro da ordem de 9,0%.
Em 2021, em um contexto no qual ainda não há um plano nacional de vacinação - sabemos, pelo menos, que ele ocorrerá "no dia D e na hora H" - e ocorre um aumento diário dos números de casos de infectados e de óbitos por Covid-19, o governo decidiu não somente acabar com os auxílios fiscais e monetários destinados tanto às famílias de baixíssima renda quanto aos produtores mais fragilizados economicamente, mas retomar a agenda de Estado Mínimo e liberalismo econômico como panaceia para os problemas da economia brasileira.
Se as autoridades econômicas insistirem na agenda do "velho normal econômico", muito provavelmente o esperado círculo virtuoso de crescimento não será observado e a economia continuará intercalando anos de recessão e de estagnação, o que, diga-se de passagem, tem sido a tendência do Brasil desde os anos 2010.
Professor titular da Ufrgs e pesquisador do CNPq
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