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Opinião

- Publicada em 28 de Dezembro de 2020 às 16:18

2020, o ano que promoveu transformações no agronegócio

O cenário desafiador que a pandemia da Covid-19 trouxe à população mundial também impactou diretamente o agronegócio. Mas, de que forma, se um levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), publicado no início de dezembro, indica que o Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio brasileiro crescerá 9% em 2020, um avanço anual recorde impulsionado pelo aumento da produção e preços em máximas históricas de várias commodities?
O cenário desafiador que a pandemia da Covid-19 trouxe à população mundial também impactou diretamente o agronegócio. Mas, de que forma, se um levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), publicado no início de dezembro, indica que o Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio brasileiro crescerá 9% em 2020, um avanço anual recorde impulsionado pelo aumento da produção e preços em máximas históricas de várias commodities?
Diferente de outros setores, é importante reforçar que a produção agrícola não parou, para que não faltasse alimento. Por ser uma atividade essencial, toda a cadeia do agronegócio se manteve forte e operando, com os cuidados necessários, sem deixar de prestar o suporte que o produtor rural precisa para cumprir sua missão de garantir a segurança alimentar. E isso refletiu na continuidade da aquisição dos mais diversos tipos de insumos, que são o começo do desenvolvimento produtivo das lavouras e o investimento em bons resultados na colheita.
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), divulgados em dezembro, revelam que a estimativa para o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em 2020, com base nas informações de novembro, é de R$ 885,8 bilhões, 15,1% acima do obtido em 2019, que foi de R$ 769,8 bilhões. Neste contexto, sete produtos puxaram o VBP deste ano em relação ao ano passado. São eles: trigo (48%), soja (40,4%), café (39,8%), amendoim (36,3%), arroz (35,5%), cacau (23,7%), milho (20,9%). Ou seja, mesmo em um ano cheio de desafios, o agricultor conseguiu manter seu compromisso e mais uma vez mostrou o valor do campo e a eficiência da agricultura brasileira, que também tem fortalecido o país e colaborado com sua retomada econômica.
Mas, para manter o avanço do agro, muita coisa mudou, começando pelas formas de relacionamento das empresas com os produtores rurais, que sofreram alterações importantes em um curto espaço de tempo devido à necessidade de se adequar rapidamente aos novos desafios. Tradicionais visitas, dias de campo e as grandes feiras passaram para o ambiente virtual, e as ferramentas digitais, que já vinham em uma crescente, ganharam ainda mais força. Um dos exemplos é a popularização do webinar agronômico, que têm levado conhecimento técnico para agricultores de todo o país. Se antes era possível reunir 40 a 50 produtores em uma palestra presencial, hoje conseguimos disseminar conteúdo de maneira muito mais rápida e eficiente aos quatro cantos do país – e é a informação que faz o campo crescer.
No viés econômico, o setor de hortifruti foi um dos mais atingidos, porque as medidas de restrição de circulação reduziram a quantidade de pessoas que fazem suas refeições fora de casa, em restaurantes, escolas, ou mesmo aquelas que compram em feiras livres. Foi necessária uma movimentação extra do setor para se reinventar, organizando e somando esforços para vencer uma situação inédita. E aqui pudemos perceber a força de uma cadeia de valor engajada e comprometida com um desafio comum: alimentar o mundo. A parceria entre diferentes players do mercado, consultores, agrônomos e outros profissionais é algo que deve se fortalecer ainda mais daqui para frente.
Enquanto isso, as culturas de exportação, como arroz, café, milho, soja e trigo, se beneficiaram em um cenário de dólar alto, rentabilizando o produtor. E devido à boa relação de troca do grão por fertilizante este ano, registramos um número significativo de antecipações nas decisões para a aquisição de insumos e o investimento em soluções de maior qualidade para a lavoura. São soluções nutricionais cada vez mais completas, que têm levado a agricultura brasileira para outro patamar, não apenas na obtenção de melhores resultados, mas também para uma produção mais sustentável, em todos os sentidos.
E isso se confirma ao analisarmos um fator que não muda: as boas práticas agronômicas no campo continuam sendo fundamentais para que os agricultores mantenham suas plantações rentáveis e, consequentemente, atendam todas as exigências do mercado. Para que as plantas completem seu ciclo de vida, desempenhando todas as funções metabólicas e estruturais para o desenvolvimento vegetal, o uso do suprimento adequado tem efeito positivo nos frutos a serem colhidos. Ou seja, o correto manejo de nutrientes é fundamental para uma produção agrícola superior, que favorece a rentabilidade não só do produtor, mas de toda a cadeia produtiva.
A conclusão é que, em qualquer momento atípico, as adaptações rápidas são necessárias e vitais para alcançar o sucesso. Nesta pandemia, o agro tem mostrado mais uma vez sua capacidade e preparo, pois sem uma base forte, não seria possível fazermos uma transformação de um dia para o outro em todo o setor, com o surgimento de tantas alternativas positivas, que devem fazer parte da nossa rotina mesmo quando essa fase passar. É um trabalho que renova nossa energia para a próxima safra e nos dá confiança para vencer o grande desafio que temos pela frente e para o qual temos caminhado, juntos, a passos largos: garantir a segurança alimentar para uma população crescente, com uma produção agrícola sustentável.
Engenheiro agrônomo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e engenheiro agrônomo pela Universidade Estadual Paulista
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