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Opinião

- Publicada em 08 de Dezembro de 2020 às 03:00

Teto de vidro

Os tempos são desafiadores para quem tem uma marca a zelar. Existem abismos entre definir o que é certo, ter a intenção de fazer o certo e conseguir fazer o certo. Acresce-se ainda, no âmbito empresarial, outro desafio, que é garantir que outras pessoas, sobre as quais se tem alguma influência, mas não total controle, também façam o que é tido como certo.
Os tempos são desafiadores para quem tem uma marca a zelar. Existem abismos entre definir o que é certo, ter a intenção de fazer o certo e conseguir fazer o certo. Acresce-se ainda, no âmbito empresarial, outro desafio, que é garantir que outras pessoas, sobre as quais se tem alguma influência, mas não total controle, também façam o que é tido como certo.
A responsabilidade moral que as marcas têm sobre as atitudes de seus colaboradores e terceiros não é tão óbvia quanto parece. Existem dilemas estruturais nas relações profissionais no que tange ao nível de subordinação que se pode exigir e, principalmente, ao nível de controle que é possível exercer quando se lida com seres humanos, que naturalmente tendem à autonomia.
Indo além da responsabilidade jurídica, observe se, do ponto de vista moral, você considera correto penalizar uma pessoa pelas atitudes de outra. No caso de uma empresa, por exemplo, observe se você considera justo penalizar todo um conjunto de colaboradores e familiares que dela tiram o seu sustento, em detrimento das atitudes de uma minoria - que deveria ser individualmente penalizada.
Há quem diga que a cultura empresarial é o que abre margem para acontecerem determinadas barbáries. Mas qual é o empresário que, em sã consciência, permitiria estabelecer uma cultura que não fosse ao encontro do senso comum do que é certo e errado? Não apenas seria uma decisão provavelmente antiética, como também dificilmente seria lucrativa. Quando um funcionário apresenta algum desvio de caráter não previamente identificado, nem a cultura empresarial mais eficiente do mundo seria plenamente capaz de evitar eventuais tragédias.
O consumidor é soberano. Mas isso não quer dizer que ele é justo. Tampouco que ele pensa por si próprio ao se posicionar. O consumidor, quando deixa de ser indivíduo e observar outros indivíduos como tal, passa a ser manada. Ele ainda manda e é livre para decidir onde gastar seu dinheiro, mas não obrigatoriamente está isento de errar ou coberto de moral.
Empresária e associada do IEE
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