Voto, do latim "votum", significa promessa, desejo. No sentido político, veio do inglês "vote", com expressões correlatas como voto de confiança, voto de censura etc.
Mas o voto, nos Estados Democráticos de Direito, é uma arma da liberdade e da segurança do cidadão.
Na lição deixada por Ruy Barbosa, "todo aquele que defende o seu direito de votar, defende a sua consciência, defende a sua religião, defende a sua casa, defende os seus bens, defende a honra sua e dos seus, defende a própria vida" (Mangabeira, João. "Ruy, O Estadista da República". 3. ed., p. 319).
Entretanto, dependendo das circunstâncias em que é exercido - por que, como e para quê? -, o voto pode se transformar em um malefício para o povo e para a democracia, como ocorre em determinados países. Igualmente, nos casos de coalizão partidária e apoio de adversários, que culminam em corrupção.
Por isso, são oportunas, convenientes e atualizadas as observações deixadas pelo general Olympio Mourão Filho (1900/1972): "Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semianalfabeto e vinte e quatro horas depois, a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso" (in "Memórias: a verdade de um revolucionário". Porto Alegre, L&PM, 1978. p. 16).
Portanto, o voto ainda é a melhor arma de que dispõe o cidadão para prevenir qualquer catástrofe no percurso da democracia.
Muito pior é sem ele, motivo por que compete a nós, eleitores, exercê-lo com consciência e responsabilidade, para depois não nos arrependermos.
Destarte, é nosso dever muito bem analisar cada candidato, antes de escolher em quem votar.
Advogado jubilado, professor de Direito