Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 27 de Outubro de 2020 às 03:00

Imediatismo prejudica desenvolvimento

A falta de visão de longo prazo tem prejudicado o desenvolvimento do País: governos estabelecidos têm seus planos centrados na visão de quatro anos onde a meta é melhorar a arrecadação e mitigar o déficit das contas públicas.
A falta de visão de longo prazo tem prejudicado o desenvolvimento do País: governos estabelecidos têm seus planos centrados na visão de quatro anos onde a meta é melhorar a arrecadação e mitigar o déficit das contas públicas.
Exemplo disto foram as mudanças das regras nos financiamentos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo Michel Temer (MDB), quando o então ministro da Economia, Henrique Meirelles, trabalhou para instituir nova taxa de juros TLP em lugar da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), onde a segunda tem juro atrelado a indicadores de juros futuros no mercado financeiro.
Esta mudança era uma reivindicação do sistema financeiro e para o ministro fazia sentido, pois era uma forma de fazer o BNDES devolver recursos para o Tesouro.
Assim foi feito e de lá para cá o BNDES reduziu drasticamente a sua participação em financiamentos em investimentos especialmente via Finame, e o que seria natural - os bancos privados terem assumido este mercado, não aconteceu.
Recente pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) junto aos fabricantes de máquinas e equipamentos que tradicionalmente vendem seus produtos com a linha Finame e chegou no passado a representar 70% mostrou que, em 2020, 76% das transações de máquinas foram financiadas diretamente pelos fabricantes aos seus clientes. E por que isto acontece? Porque as taxas de juros dos bancos privados atrelados à Taxa de Longo Prazo (TLP) estão na casa de dois dígitos e a taxa de referência (Selic) está em 2%.
Qualquer pessoa há de concluir, então está resolvido: o setor não precisa mais de agente financiador? Errado, pois 90% dos fabricantes de máquinas no Brasil são micros, pequenas e médias empresas que não têm capital e lastro para financiar bens de valor agregado como máquinas. O que acontecerá? Trata-se de mais um fator limitador do crescimento.
O Brasil continua com taxas de investimento muito baixas, a formação bruta de capital gira na casa 15% a 16% do Produto Interno Bruto (PIB), equivalente a países desindustrializados.
Vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq-RS)
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO