A pandemia do novo coronavírus dividiu a opinião dos brasileiros. No centro da discussão, uma pergunta que há mais de sete meses está sem respostas: o que vale mais? A vida ou a economia? Uma equação impossível de se resolver, pois sem saúde ninguém vive e o emprego, a comida na mesa, também nos mantém vivos. Entre trancos e barrancos, derrubando ou caindo em 'fake news', a população caminha sem saber ao certo qual rumo seguir.
Avaliando as estatísticas, já passamos pelo pior e, aos poucos, vimos declinando a curva da propagação do vírus, o que permite os primeiros passos para uma retomada. A cada semana, o governo estadual declara novas flexibilizações no modelo de distanciamento controlado e com elas, o retorno ao que se chama de novo normal é possível. É como se as rédeas fossem afrouxadas e as atividades econômicas e culturais começam a demarcar novamente seus espaços ainda que, com restrições.
Paralela às liberações para funcionamento nas mais diversas áreas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também entendeu que a escola é um espaço essencial. O primeiro setor a fechar as portas para aulas presenciais não esteve parado desde março de 2020. Os professores enfrentaram este novo desafio e já que os alunos não podiam ir à escola, a escola foi até os alunos. A internet se tornou a principal aliada e nas telas de computadores e celulares, o lindo milagre da alfabetização aconteceu. Mas, é claro, não é o ideal, o contato com o mestre e a energia da sala de aula, da hora da merenda, é insubstituível. Mas o temor pela contaminação existe e é compreensível. Mais uma polêmica a ser enfrentada.
O acompanhamento aos alunos foi constante e percebemos que em algumas famílias outros riscos se apresentaram tão nocivos quanto o vírus. Embora a maioria das famílias decida por não mandar seus filhos para escola, existe uma parcela que precisa muito do ambiente escolar. Pais e mães de família estão retornando ao trabalho e não têm com quem deixar seus filhos.
Assim, após toda a adequação necessária, nossas escolas de Educação Infantil serão abertas gradativamente para aquelas famílias que realmente precisam. Os pais que não enviarem seus filhos à escola não perderão suas vagas, mas, quem carece deste espaço de vida, terá o mesmo garantido. Em tempos de pandemia, onde tudo é diferente, para alguns, a escola pode ser o lugar mais seguro e não podemos fechar os olhos para isso. É tempo é de união.
Prefeito de Santo Antônio da Patrulha (MDB)