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Opinião

- Publicada em 02 de Outubro de 2020 às 15:40

O 'novo normal' encaminha a educação superior para o oligopólio

As Instituições de Ensino Superior (IES) de pequeno porte resistiram à pressão dos grandes conglomerados, mas a notícia da oferta da SER Educacional pelos ativos da Laureate International no Brasil, à luz das dificuldades da retomada das atividades normais do ensino superior, mostra que o jogo não para. A movimentação do terceiro maior grupo do setor, é positiva, indica oportunidades de crescimento e de investimentos, com e apesar da pandemia.
As Instituições de Ensino Superior (IES) de pequeno porte resistiram à pressão dos grandes conglomerados, mas a notícia da oferta da SER Educacional pelos ativos da Laureate International no Brasil, à luz das dificuldades da retomada das atividades normais do ensino superior, mostra que o jogo não para. A movimentação do terceiro maior grupo do setor, é positiva, indica oportunidades de crescimento e de investimentos, com e apesar da pandemia.
Tanto é assim que despertou rivais como a Ânima Educação e Yduqs (Ex-Estácio). Ambos dispostos, conforme sinalizado ao mercado financeiro, a enviar contrapostas aos R$ 4 bilhões ofertados pela SER.
O grande problema é que a educação superior, a exemplo dos outros setores de ensino, é muito regulada pelo Estado. E isso afeta e torna desigual a possibilidade de sobrevivência e investimento dos grupos menores, que são mantenedores das chamadas faculdades isoladas e que não conseguem fazer qualquer movimento de troca de cursos, ou de alteração de perfil de programas para atender maiores demandas do mercado. Esse engessamento impossibilita a sua readequação à nova realidade.
Se de um lado, os grandes grupos têm total autonomia, as faculdades isoladas, por sua vez, se veem bloqueadas por uma regulação que define fluxos infindáveis de avaliações e de processos que não se modernizam e que levam as instituições pequenas a asfixia e inanição. Para se ter ideia, quando uma faculdade decide abrir um novo curso, leva de três a seis meses para projetar e estruturar este curso.
O Ministério da Educação, com destaque para a secretaria de regulação SERES, e o órgão de avaliação INEP, determina um ciclo de 18 meses para a conclusão do processo. Porém, à revelia, o início do ciclo de avaliação pode atrasar de 60 a 90 dias. Diante deste cenário, grandes grupos com autonomia e recursos se voltam para marcas grandes, que os levem ao patamar de mais de 500 mil alunos. Já não consideram comprar marcas menores, pois estas vão deixar de existir por inoperância do órgão regulador.
A história contada de que os grandes grupos da educação superior foram estimulados pelos governos de esquerda se complementa com a manutenção dos mesmos e asfixia dos pequenos grupos pelo governo atual dito de direita e liberal.
Será que vamos ver acontecer na educação o mesmo cenário do setor financeiro: três ou quatro grandes grupos no comando e a real necessidade da sociedade relegada a segundo plano? Será que existe uma política de governo de verdade? Eu ainda acredito. Reaja, digo, aja MEC, SERES e INEP.
Presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia
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