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Opinião

- Publicada em 27 de Agosto de 2020 às 03:00

Virais torcedores

Luiz Pereira Lima
Parece definitivo que a pandemia do coronavirus está com seus dias contados. Não poderia ser diferente. Esta, de paixão, tornou-se amor, e amor não deve terminar, sob pena de sequelas indeléveis. Boa parte da população, influenciada por parcela significativa da mídia, do receio passou ao medo e deste ao terror em relação a um novo vírus. Economias foram devastadas, entretanto a mortalidade final, dependente exclusivamente deste agente etiológico, não se mostrou distinta das causadas por muitos outros vírus que já passaram pelo planeta.
Parece definitivo que a pandemia do coronavirus está com seus dias contados. Não poderia ser diferente. Esta, de paixão, tornou-se amor, e amor não deve terminar, sob pena de sequelas indeléveis. Boa parte da população, influenciada por parcela significativa da mídia, do receio passou ao medo e deste ao terror em relação a um novo vírus. Economias foram devastadas, entretanto a mortalidade final, dependente exclusivamente deste agente etiológico, não se mostrou distinta das causadas por muitos outros vírus que já passaram pelo planeta.
E a política? Sempre ela, fez com que a mediocridade intelectual pudesse vicejar, oportunizou que desconhecidos do verdadeiro meio acadêmico - que exige conhecimentos sólidos de experiências pretéritas - fossem guindados às manchetes dos meios de comunicação. Inventaram um método inédito de conduta social, obrigando humanos a permanecerem escondidos, enclausurados e desfigurados pelas máscaras compulsórias. O acesso à imensidão das areias, e do próprio mar, foi negado sob pena de reclusão. Empregos foram surrupiados e o trabalho que dignifica, de modo inédito impedido. Agora o pior: as mortes não foram impedidas e o prazer da vida foi sonegado! Descobriram que o vírus tem hábitos circadianos. Agride com maior fervor nos horários vespertinos, tendo clara preferência pelos pequenos comércios. O agente patológico não medra em supermercados e lá a população pode refugiar-se. Frequenta restaurantes à noite, evidentemente sentado em confortáveis poltronas. A atitude dos detentores do poder de controlar, e quem sabe, apoiar o prolongamento da pandemia faz ser crível o supra mencionado.
Salvo foram alguns egos revelados, que até então eram apenas conhecidos entre seus pares. Vulgarizaram o verdadeiro significado da palavra ciência, tão cara aos estudiosos. Esta era bradada com uma intimidade inaudita, até porque o desconhecimento é o matiz da ignorância. Se o vírus fosse esvanecido, o prestígio, e porque não a eventual pecúnia, poderiam estar juntamente com o agente viral sucumbindo diante da inevitável capacidade imunitária dos seres humanos.
O vírus, como nunca, teve muitos torcedores que serão responsáveis, em futuro não distante, por uma morbidade social constrangedora já no alvorecer do século XXI. A história os identificará, não como torcedores do vírus, mas muito mais como verdadeiros virais adeptos.
Professor de Medicina
 
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